O líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirão pela segunda vez no final de fevereiro, possivelmente no Vietnã, para acelerar o processo de desnuclearização da península coreana. A decisão foi anunciada ao final de encontro na Casa Branca de Trump com o enviado especial de Kim.
“O presidente almeja se encontrar com o presidente Kim em um local a ser anunciado em outra ocasião”, afirmou Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca.
O anúncio provocou imediata reação da Organização das Nações Unidas (ONU), que cobrou maior firmeza nos compromissos de desnuclearização. “Encorajamos os dois países a avançarem com as negociações. Acredito que precisamos de um roteiro claro para esclarecer as coisas e para saber exatamente quais serão os seguintes passos”, afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU.
Kim Jong-un enviou a Washington seu “braço direito”, o ex-chefe da espionagem norte-coreana Kim Yong Chol, para conversas com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Levara consigo uma proposta do líder norte-coreano de um novo encontro com Trump. Em seguida, o presidente americano concordou em recebê-lo na Casa Branca.
A conversa durou 90 minutos e se concentrou nas “relações entre os dois países e no avanço para a desnuclearização total e completamente verificada da Coreia do Norte”, segundo Sanders.
Trump afirmou diversas vezes querer se encontrar novamente com Kim Jong-un, depois de sua histórica reunião com o norte-coreano em Cingapura – a primeira o cessar-fogo da Guerra da Coreia, em 1953. Kim já havia iniciado, naquela ocasião, negociações com a Coreia do Sul para iniciar cooperação em diferentes áreas e encerrar de vez o capítulo do conflito latente em que os dois países vivem há 65 anos.
Apesar dos compromissos de ambos os lados com a desnuclearização da península coreana, as negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão estagnadas e houve avanços modestos por parte de Pyongyang. A Coreia do Norte condiciona a a destruição de seu arsenal à “retirada total das ameaças nucleares dos Estados Unidos” na península, o que representaria um grande desafio aos acordos de defesa em vigor entre Washington e Seul.
Kim também exige a eliminação das sanções internacionais, embora os Estados Unidos insistam em manter a pressão máxima até que Pyongyang mostre progresso no abandono de suas armas nucleares. Diante das exigências de lado a lado, a ideia de uma segunda cúpula Trump-Kim evoluiu nos últimos meses.
Há “preparativos logísticos” em curso no Vietnã para receber a cúpula, que poderia acontecer na capital, Hanói, ou na cidade costeira de Danang. O primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, declarou que seu país está pronto para receber os dois líderes.
“Não sabemos a decisão final. Em todo caso, se acontecer aqui, faremos o que for possível para facilitar o encontro”, afirmou em entrevista à Bloomberg TV.