O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, notificou o Congresso nesta quarta-feira, 8, Congresso sobre sua intenção de designar o Brasil como aliado preferencial fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em Paris, porém, o governo americano recuou em sua promessa de apoiar a inclusão do país na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Estou notificando a minha intenção de designar o Brasil um aliado preferencial fora da Otan”, declarou Donald Trump em uma carta ao Congresso.
Ambas medidas constaram das promessas de Trump durante seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro na Casa Branca, em 19 de março passado. Em troca do apoio para o ingresso do Brasil na OCDE, o governo comprometeu-se a abrir mão do tratamento especial e diferenciado nos acordos e negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na reunião do Conselho de Representantes da OCDE, nesta quarta-feira, a delegação americana indicou que não mudará o documento apresentado, no qual apoia a inclusão da Argentina e da Romênia. A decisão sobre o início da adesão de novos membros na organização será tomada nos próximos dias 23 e 24 de maio, com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, como convidado.
O status de aliado preferencial extra-Otan facilitará o acesso do Brasil a armamento americano, entre outras vantagens. Somente 17 países estão nesta categoria, inclusive a Argentina, desde 1998. A Otan tem 29 países-membros. Nenhum dele é da América Latina ou do Atlântico Sul. Desde o ano passado, a Colômbia tornou-se o único parceiro global da organização na América Latina.
“Estou efetuando essa designação em reconhecimento aos recentes compromissos do governo do Brasil para aumentar a cooperação em Defesa com os Estados Unidos e em reconhecimento de nossos próprios interesses em aprofundar nossa coordenação em defesa com o Brasil”, destacou Trump na carta.
O presidente americano anunciara essa intenção durante entrevista à imprensa, no jardim da Casa Branca, ao lado de Bolsonaro. Advertira, na ocasião que o caminho até concessão desse status ao Brasil seria longo. “Tenho que falar com muita gente”, justificou Trump na ocasião.
(Com AFP)