O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira, 18, que irá “aumentar substancialmente as sanções” impostas ao Irã, em meio às crescentes tensões entre os dois países após ataques contra a companhia petrolífera saudita Aramco no final de semana.
“Eu instruí o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a aumentar substancialmente as sanções impostas ao Irã”, escreveu Trump no Twitter nesta manhã.
Trump não deu detalhes adicionais sobre a medida, que ocorre após ataques no sábado contra instalações de petróleo na Arábia Saudita, que algumas autoridades dos Estados Unidos atribuíram ao Irã.
Teerã nega envolvimento no bombardeio, que foi reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen.
Em uma nota divulgada nesta quarta, o governo do Irã advertiu oficialmente aos Estados Unidos que responderá “imediatamente” a qualquer agressão, depois que Washington ameaçou retaliar.
Segundo o comunicado, “se um ato for realizado contra o Irã, esse ato imediatamente receberá imediata resposta do Irã e seu alcance não se limitará à origem da ameaça”.
O documento foi entregue há dois dias pelas autoridades iranianas na Embaixada da Suíça, em Teerã, responsável pelos interesses americanos por Washington não manter relações diplomáticas com o Irã.
A carta ressalta que os ataques contra a Aramco “não são obra do Irã” e as acusações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, são condenadas e negadas.
Diversas autoridades do governo dos Estados Unidos, incluindo o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o secretário de Defesa, Mark Esper, acusaram o Irã de responsabilidade direta pelo ataque, que provocou a redução à metade da produção de petróleo saudita.
‘Advertência’
Também nesta quarta, o presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou que os ataques foram uma “advertência” feita pelos rebeldes iemenitas a Riad, e que as autoridades sauditas deveriam “aprender a lição”.
“Não atacaram um hospital, não atacaram uma escola. Atacaram um centro industrial para adverti-los”, declarou Rohani durante o conselho de ministros, de acordo com informações publicadas em sua conta no Twitter.
“Aprendam a lição desta advertência e considerem que poderia acontecer uma guerra em toda a região”, completou o presidente iraniano, em uma mensagem aos líderes da Arábia Saudita, grande rival de Teerã.
Em seu discurso, Rohani não cita diretamente os huthis, rebeldes iemenitas apoiados pelo Irã. A Arábia Saudita, que respalda as forças pró-governo do Iêmen, luta contra os insurgentes ao lado de uma coalizão árabe desde 2015.
(Com Reuters e AFP)