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Trudeau acusa governo indiano de matar opositor em território canadense

O primeiro-ministro do Canadá diz que o envolvimento da Índia no caso seria uma violação da soberania; declaração deteriora relações entre os países

Por Da Redação
19 set 2023, 11h46
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  • O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse nesta terça-feira, 19, que está “perseguindo ativamente alegações credíveis” que ligam agentes do governo da Índia ao assassinato de um líder separatista Sikh na Colúmbia Britânica, em junho. A declaração representa mais um golpe nas relações diplomáticas entre os dois países.

    Trudeau afirmou que qualquer envolvimento de um governo estrangeiro no assassinato de um cidadão canadense era “uma violação inaceitável da nossa soberania”. Ele também revelou que abordou o assunto diretamente com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à margem da cúpula do G20 em Nova Délhi, no último final de semana, e pressionou seu governo a cooperar com o Canadá para chegar ao fundo desta questão”.

    “O Canadá declarou as suas profundas preocupações aos principais responsáveis de inteligência e segurança do governo indiano. Na semana passada, no G20, levei-as pessoalmente e diretamente ao primeiro-ministro Modi, em termos inequívocos”, disse Trudeau.

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    Mais tarde, embora o premiê tenha acusado diretamente a Índia, a ministra das Relações Exteriores, Melanie Joly, usou uma linguagem mais cautelosa, dizendo que “se provada verdadeira” as alegações seriam inaceitáveis. Até o momento, a Equipe Integrada de Investigação de Homicídios da Colúmbia Britânica disse que havia três suspeitos do assassinato, embora nenhuma prisão tenha sido feita.

    Hardeep Singh Nijjar foi morto a tiros em frente a um templo Sikh na cidade de Surrey, no subúrbio de Vancouver. Nijjar apoiava a criação de uma nova nação Sikh, chamada Calistão, que ocuparia parte do atual território indiano, o que é considerado por Nova Délhi um movimento terrorista desde julho de 2020.

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    O Canadá tem a maior população de Sikhs fora do seu estado natal, Punjab, na Índia, e o país tem sido palco de muitas manifestações que irritaram a Índia. O país também abriga uma das maiores comunidades ultramarinas de origem indiana, que soma cerca de 1,4 milhão de habitantes, e cerca de 770 mil canadenses relataram ter o Sikhismo como sua religião no censo de 2021.

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    Com a Índia se mostrando insatisfeita com a atividade separatista no Canadá, os comentários de Trudeau sobre o assassinato de Nijjar marcam uma escalada de tensões entre os dois países. Na segunda-feira 18, o governo canadense chegou a expulsar o principal agente de inteligência da Índia no país, mas não forneceu mais detalhes sobre o caso.

    As tensões diplomáticas também ameaçam os laços econômicos entre as nações, tendo congelado inclusive negociações sobre um novo acordo comercial. O Canadá deu poucos detalhes sobre o impasse, enquanto a Índia citou “certos desenvolvimentos políticos”.

    Nova Délhi também parece preocupada com mais movimentos separatistas ao redor do globo. Em abril, o governo indiano pediu ao Reino Unido para aumentar a monitoração de apoiadores de um movimento separatista Sikh no país, após um protesto em território britânico em que manifestantes levaram cartazes pedindo a independência do Calistão.

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