As temperaturas da Antártida subiram, em julho, 10 °C acima da temperatura normal, chegando a 28 °C acima da média em alguns dias.
Nos últimos 12 meses, a Terra vivenciou médias recordes, com aumento de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, limite estabelecido pelo Acordo de Paris para que o colapso ecológico seja evitado.
Segundo o diretor de previsão do MetDesk, Michael Dukes, apesar das temperaturas diárias tenham sido surpreendentes, o aumento médio ao longo do mês é mais significativo.
A mudança na Antártida, diz, comprova o que muitos cientistas do clima preveem: os piores efeitos da crise climática ocorrem em regiões polares.
“Normalmente, você não pode olhar apenas para um mês para uma tendência climática, mas está bem alinhado com o que os modelos preveem”, observou.
“Na Antártida, geralmente, esse tipo de aquecimento no inverno e continuando nos meses de verão pode levar ao colapso das camadas de gelo.”
O mês de julho foi o primeiro nos últimos 14 meses em que os recordes de temperatura não foram quebrados – no mesmo mês em 2023 foi considerado excepcionalmente quente e permaneceu permaneceu 0,3 °C acima.
De acordo com o cientista pesquisador de Berkeley Earth, Zeke Hausfather, a onda de calor da Antártida “foi definitivamente um dos maiores impulsionadores do aumento das temperaturas globais nas últimas semanas”.
“A Antártida como um todo aqueceu junto com o mundo nos últimos 50 anos, e para esse assunto 150 anos, então qualquer onda de calor está começando dessa linha de base elevada”,afirmou. “Mas é seguro dizer que a maioria do pico no último mês foi impulsionada pela onda de calor.”
A onda de calor é a segunda a atingir a região nos últimos dois anos, sendo que na última, em março de 2022, verificou-se temperatura de 39°C, suficiente para derreter uma camada de gelo equivalente à extensão de Roma, na Itália.
O aumento do termômetro em julho ocorreu depois de um El Niño, fenômeno climático que leva ao aquecimento em todo o mundo.