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Supremo argentino confirma ordem judicial de prisão de Cristina Kirchner

De maioria peronista, Senado terá de decidir sobre a suspensão de imunidade da ex-presidente, que deve concorrer à Casa Rosada neste ano

Por Da Redação
Atualizado em 7 mar 2019, 19h49 - Publicado em 7 mar 2019, 19h15

A Corte Suprema de Justiça da Argentina manteve a ordem de prisão preventiva contra a atual senadora Cristina Kirchner, ditada pelo juiz federal Claudio Bonadio. A ex-presidente é acusada de acobertar parte da investigação sobre o atentado contra a Associação Mutual Israelense Argentina (Amia), em 1994.

A decisão, contudo, não significa que Kirchner será presa nem impedida de se candidatar às eleições presidenciais de outubro deste ano, em disputa contra o atual presidente, Maurício Macri.

A instância máxima da Justiça argentina recusou por unanimidade nesta quinta-feira, 7, os recursos apresentados pela defesa de Kirchner e ratificou o processo contra a ex-presidente, assim como a ordem de prisão preventiva ditada por Bonadio.

A decisão representa um revés importante na estratégia jurídica da ex-presidente, já que agora não restam mais recursos. O juiz Bonadio deverá agora enviar ao Senado a decisão final da Corte Suprema, que corrobora sua ordem de prisão preventiva. O Senado terá de decidir se suspende ou não a imunidade parlamentar de Cristina Kirchner.

Como o peronismo e os aliados diretos da ex-presidente mantêm maioria no legislativo argentino, ela terá apoio suficiente para garantir sua liberdade e sua candidatura à Casa Rosada.

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O caso

Cristina Kirchner é processada pelos crimes de abuso de autoridade e de encobrimento agravado por tentar acobertar o atentado contra a Amia, que deixou 85 mortos e 300 feridos em Buenos Aires há 24 anos.

Em 25 de outubro de 2006, os procuradores argentinos Alberto Nisman e Marcelo Martínez Burgos acusaram formalmente o governo do Irã de ter planejado o ato terrorista e a milícia do Hezbollah de realizá-lo.

A ex-presidente e vários de seus colaboradores tinham assinado, em 2012, um acordo com o Irã para permitir que os responsáveis fossem investigados apenas em Teerã e julgados em um país neutro. Os termos do acordo nunca foram aplicados. A Justiça argentina ainda hoje pede a extradição de vários líderes iranianos considerados responsáveis pelo atentado.

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Em 18 de janeiro de 2015, quatro dias depois de ter acusado Kirchner de encobrir os iranianos apontados como responsáveis pelo atentado, o procurador Nisman foi encontrado morto em sua casa.

Além de Cristina, Oscar Parrilli, ex-secretário-geral da Presidência, também é investigado no mesmo caso. A Corte Suprema de Justiça igualmente rejeitou um recurso da defesa desse aliado da ex-presidente nesta quinta.

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