Suposta sala de tortura é descoberta na cidade de Kherson
Segundo testemunhas, até 180 pessoas eram mantidas prisioneiras em um centro de detenção juvenil na cidade
Investigadores da Ucrânia anunciaram nesta quarta-feira, 16, que descobriram uma suposta sala de tortura na cidade de Kherson, onde dezenas de homens teriam sido detidos, eletrocutados, espancados e até mesmo mortos.
De acordo com a polícia, o Exército russo assumiu o controle de um centro de detenção juvenil em meados de março e o transformou em uma prisão para aqueles que se recusavam a colaborar, ou que foram acusados de atividades em benefício aos ucranianos.
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De acordo com depoimentos obtidos de três vizinhos do local e dois comerciantes, era possível ouvir gritos vindos do local cerca de seis semanas depois dos soldados russos tomarem controle do prédio. As testemunhas disseram ainda que viram pessoas sendo levadas com sacos na cabeça e alguns corpos sendo removidos.
“Eles saíam espancados e completamente desorientados. Eles vinham aqui e pediam informações e nós dávamos dinheiro para o ônibus”, disse a dona de um quiosque fora do centro de detenção ao jornal britânico The Guardian.
Segundo os relatos, os homens responsáveis pelo prédio revelavam seus rostos, pois estavam sempre vestindo balaclavas e roupas pretas da cabeça aos pés.
Outra testemunha disse que um homem foi levado para o centro de detenção e foi espancado por quatro dias consecutivos, devido ao envolvimento de seu filho com o Exército ucraniano.
Uma técnica de informática, chamada Zhenia Dremo, disse que recebeu um golpe na testa por ter se recusado a dar um cigarro para os soldados russos e depois foi levada para o prédio. Apesar de ter sofrido poucas agressões, ela disse que seus companheiros de cela foram torturados de várias formas.
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Os relatos afirmam que cerca de 180 pessoas eram mantidas presas simultaneamente no centro de detenção e que havia duas celas exclusivas para mulheres.
“Tínhamos uma amiga, Anna, que estava lá. Ela não foi estuprada, mas eles rasparam a cabeça dela”, disse Dremo.