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‘Somos solidários à Rússia’, diz Bolsonaro em encontro com Putin

Sem citar crise com Ucrânia, presidente destaca colaboração nas áreas de petróleo, Defesa e agricultura e agradece russo por indulto a brasileiro

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 fev 2022, 09h59 - Publicado em 16 fev 2022, 08h29

Em trecho televisionado antes de encontro a portas fechadas com o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro destacou as relações bilaterais entre Brasil e Rússia, dizendo que a viagem da comitiva brasileira a Moscou é um “retrato para o mundo de que podemos crescer muito nas nossas relações”.

“Somos solidários à Rússia. Há muito a colaborar em várias áreas: Defesa, petróleo e gás, agricultura”, destacou Bolsonaro.

+ A mensagem dos EUA para Bolsonaro antes da viagem

A fala do líder brasileiro, no entanto, não especifica ao que o governo é solidário. O trecho antecede a reunião restrita entre os dois presidentes, que serão acompanhados apenas de seus intérpretes. Segundo autoridades brasileiras, a crise com a Ucrânia, em meio às tensões de uma possível invasão, não será o foco do encontro.

Durante a breves fala, o presidente brasileiro também agradeceu Putin por ter concedido indulto no ano passado ao brasileiro Robson Nascimento de Oliveira, que estava preso no país desde fevereiro de 2019. No caso, que envolvia um jogador de futebol que atuava por um clube russo, Robson foi condenado por contrabando e tentativa de tráfico de drogas por ter levado para duas caixas do remédio Mytedom (cloridrato de metadona), que é proibido no país do leste europeu, mas legal no Brasil.

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Segundo Putin, o encontro “retoma relações que foram interrompidas, de certa forma, pela pandemia do coronavírus”.

“É uma alegria recebê-lo, senhor presidente. Espero que nosso encontro seja produtivo. É muito importante porque o Brasil é o principal parceiro nosso na região da América  Latina”, ressaltou.

Mesmo com as restrições, o presidente russo destacou o fato de que o comércio bilateral registrou um crescimento de 87% no ano passado.

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Além de tratar de defesa e tecnologia, é esperado que o governo brasileiro use a viagem para negociar que a Rússia siga exportando insumos para a produção de fertilizantes e conforme a compra pelo grupo russo Acron da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras, que fica em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.

O Encontro Empresarial Brasil-Rússia ocorrerá no Hotel Metropol e é liderado na parte brasileira por Marcos Molina, e do lado russo, Andrey Yuriev. 

“O Brasil depende de grande parte de fertilizantes da Rússia até a Bielorrússia. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países como energia, defesa e agricultura”, disse Bolsonaro antes da viagem. 

O presidente deve permanecer na Rússia até a quinta-feira, 17.

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