Seul fecha fundação de apoio a escravas sexuais financiada por Tóquio
O presidente sul-coreano condenou o acordo que criou a organização, considerando-o ‘insuficiente’
A Coreia do Sul fechou nesta quarta-feira, 21, uma fundação financiada pelo governo do Japão para apoiar mulheres sul-coreanas que o exército imperial japonês empregou como escravas sexuais durante a Segunda Guerra Mundial.
Após o anúncio, o governo japonês relembrou a importância do pacto bilateral para a questão, que foi motivo de polêmica entre ambos os países por décadas. “As relações entre um país e outro não podem existir a menos que cada um cumpra suas promessas”, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, à imprensa local.
O fechamento da organização reflete as posições do presidente sul-coreano Moon Jae-in, eleito em 2017, que já havia revelado descontentamento com a criação da fundação em 2015. O político se apoiou em parte da opinião pública do país, que considera as desculpas – e, portanto, o acordo em si – insuficientes perto da magnitude do problema.
O governo sul-coreano ainda não se posicionou sobre o destino da quantia de 1 bilhão de ienes (8,9 milhões de dólares) doados por Tóquio após o tratado. Calcula-se que quase metade do montante, 440 milhões de ienes (3,9 milhões de dólares), foi entregue a 34 destas escravas sexuais que ainda estão vivas e a familiares de outras 58 que já morreram.
Os historiadores estimam que 200.000 meninas e adolescentes, a maioria coreanas, foram vítimas de abusos sexuais pelas tropas imperiais japonesas, principalmente na China e na península coreana, desde os anos 30 do século passado até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.