O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou nesta quinta-feira (24) que o cancelamento da cúpula entre Estados Unidos e Coreia do Norte, anunciado pelo presidente americano Donald Trump, é “muito lamentável e infeliz”.
“Estou perplexo, e é muito lamentável e infeliz que a cúpula entre Coreia do Norte e Estados Unidos não será realizada em 12 de junho”, afirmou Moon durante uma reunião de urgência do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) convocada em Seul após o anúncio de Trump.
“A desnuclearização da Península Coreana e o estabelecimento de uma paz permanente são tarefas históricas que não podem ser abandonadas ou adiadas”, acrescentou o presidente sul-coreano durante o encontro, que durou aproximadamente uma hora.
Moon pediu a Washington e Pyongyang que se esforçassem mais para aproximar posições e disse esperar que “o problema possa ser resolvido de maneira mais direta e através de um diálogo mais próximo do habitual”.
Trump anunciou hoje o cancelamento da cúpula prevista com Kim Jong-un em 12 de junho em Singapura para tratar do possível desmantelamento do programa nuclear norte-coreano devido ao que qualificou de recente “hostilidade” por parte de Pyongyang. Também advertiu que as Forças Armadas americanas estão prontas para agir, em caso de alguma atitude “tola” da Coreia do Norte.
O regime norte-coreano tinha condenado nos últimos dias o que considerava como uma tentativa de Washington de impor um modelo de desnuclearização “unilateral”, como o estipulado entre Estados Unidos e Líbia em 2003.
Reino Unido
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, divulgou um comunicado expressando seu descontentamento com o cancelamento da reunião. “Nós estamos desapontados que as conversas entre o presidente Trump e Kim Jong-un em 12 de junho não vão mais acontecer como planejado”, disse na nota.
ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse estar “profundamente preocupado” com a notícia do cancelamento. Ao falar na Universidade de Genebra, Guterres pediu que as partes trabalhem para “encontrar um caminho para a desnuclearização pacífica e verificável da Península Coreana”.
Rússia
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado da Rússia, Konstantin Kosachev, afirmou que a decisão americana é o segundo golpe dos Estados Unidos na comunidade internacional, “depois da saída do acordo nuclear iraniano”.
“A rejeição de Trump em conduzir a cúpula americana e norte-coreana é, sem dúvida, um sério golpe para uma solução pacífica da região”, disse.
(Com EFE)