Em sessão extraordinária nesta terça (12), a presidente interina da Assembleia Legislativa da Bolívia, Jeanine Áñez, se declarou presidente do país.
A medida foi anunciada após 48 horas de vácuo no poder desencadeado pela renúncia de Evo Morales no último domingo (10).
“Assumo de imediato a presidência e me comprometo a tomar todas as medidas necessárias para pacificar a Bolívia”, disse Áñez no plenário do Senado, um dos dois órgãos que compõem a Assembleia, que estava com menos de metade de seus membros presentes.
Em caso de renúncia presidencial, segundo a Constituição da Bolívia, a linha de sucessão começa com o vice, seguido pelo presidente do Senado e termina com o presidente da Câmara, sem previsão caso este se ausente também
Entretanto, desde a saída de Morales, todos esses cargos ficaram vagos.
No mesmo dia, Alvaro García Linera, então vice — que se asilou no México junto a Morales —, Adriana Salvatierra, então presidente do Senado, e Víctor Borda, então presidente da Câmara, renunciaram.
Os três representavam o partido do ex-presidente, o Movimento para o Socialismo (MAS).
Áñez assumiu a presidência do Senado em sessão iniciada às 19h (20h, em Brasília).
Ainda nesta terça, a Câmara dos Deputados — o outro órgão da Assembleia — se reuniu em sessão extraordinária para formalizar a renúncia de Evo Morales.
Sem quórum devido ao boicote de apoiadores do governo, no entanto, a sessão foi cancelada.
“Antes de mais nada, nós nos devemos apoio à Constituição. Trabalharemos sempre pela viabilidade de uma saída constitucional, e trabalharemos para o povo, mas pedimos as amplas garantias”, disse a líder do MAS na Câmara, Betty Yañiquez, se referindo à segurança de seus aliados para chegar ao prédio do Congresso.
O MAS controla ambas as casas da Assembleia Legislativa , com 88 deputados, de um total de 130, e 25 senadores, de um total de 36.