A IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vai defender, em seu comunicado final que será divulgado nesta quarta-feira, o respeito pelas regras democráticas. Mesmo sem citar a delicada situação política e institucional da Venezuela, o texto está sendo considerado pelos diplomatas como um recado direto para os abusos do presidente Nicolás Maduro contra a oposição vencedora nas últimas eleições legislativas. “Somos países que respeitamos a democracia, respeitamos os direitos humanos e sabemos que isso é um valor fundamental”, disse Dilma Rousseff, em Quito, onde acontece a cúpula.
O presidente do Equador, Rafael Correa, e a presidente brasileira concordaram em impulsionar os laços comerciais bilaterais e alavancar linhas de crédito brasileiro para o país andino. Depois da reunião no Palácio de Carondelet horas antes da reunião da Celac, Correa garantiu que ambos combinaram resolver os obstáculos ao acesso de produtos equatorianos, como a banana, o camarão, ou o atum para o Brasil, um dos três países com os quais o Equador tem maior déficit comercial.
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A IV Cúpula da Celac reúne em Quito os líderes de 33 países da América Latina e do Caribe para discutir uma agenda de desenvolvimento. A erradicação da pobreza na América Latina e no Caribe e a supervisão do fim do conflito armado na Colômbia irão dominar a pauta do encontro. O grande ausente da reunião será o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, um liberal muito crítico do governo da Venezuela. Um aguardado embate entre Macri e o presidente venezuelano Nicolás Maduro foi adiado por um problema físico do argentino: ele fraturou uma costela em uma queda e está impedido de viajar.
Logística – Correa e Dilma Rousseff também conversaram sobre, de acordo com as palavras do equatoriano, “um sonho compartilhado, no qual nos atrasamos”, em referência ao eixo Manta-Manaus, ligando a cidade portuária equatoriana à capital do Amazonas. Por esta via de transporte, com trechos terrestres e fluviais, “o Brasil teria acesso para a costa do Pacífico, sem ter de passar pelo canal do Panamá”, completou o presidente equatoriano. O projeto ainda está no papel e não há prazo para que ele seja oficialmente anunciado.
(Da redação)