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Segundo canadense é preso na China após acusações contra CFO da Huawei

Michael Spavor e ex-diplomata Michael Kovrig são investigados por colocar em risco a segurança nacional chinesa, segundo Pequim

Por Da Redação
13 dez 2018, 10h00

Um segundo cidadão canadense foi preso na China, acusado de prejudicar a segurança nacional do país asiático. O desaparecimento de Michael Spavor foi noticiado poucos dias depois da confirmação da detenção do ex-diplomata Michael Kovrig.

As prisões acontecem depois que as autoridades chinesas ameaçaram o Canadá no fim de semana de “graves consequências” se a diretora-financeira da Huawei, Meng Wanzhou, não fosse libertada de forma imediata após ser detida no país a pedido dos Estados Unidos em 1º de dezembro.

Meng, acusada de fraude por violar as sanções impostas por Washington contra o Irã, conseguiu na terça-feira 11 que um juiz canadense lhe concedesse a liberdade mediante pagamento de fiança apesar dos temores da promotoria de que ela fuja do país.

As prisões

“Essas duas pessoas são suspeitas de realizar atividades que prejudicam a segurança nacional da China”, disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, em entrevista coletiva sobre Spavor e Kovrig.

Kang afirmou que as autoridades chinesas tomaram “medidas pertinentes” segundo as leis e regulações locais.

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Segundo o porta-voz, Kovrig está sendo investigado desde o dia 10 de dezembro pelo Departamento de Segurança Nacional de Pequim, enquanto Spavor está nas mãos do Departamento de Segurança Nacional da cidade de Dandong, na província de Liaoning, no nordeste do país, também desde o dia 10.

“Os dois casos ainda estão sendo investigados”, disse Lu, que acrescentou que os dois departamentos mencionados notificaram a embaixada canadense sobre a situação dessas duas pessoas, cujos “legítimos direitos e interesses estão sendo garantidos”.

O porta-voz não quis oferecer mais detalhes sobre o paradeiro dos dois canadenses e se limitou a comentar que não pode dar mais informações “em virtude do acordo consular assinado entre os dois países”.

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O governo do Canadá já tinha manifestado sua preocupação com o destino de Spavor, que desapareceu após ser interrogado pelas autoridades do país asiático.

O canadense, de 43 anos e oriundo de Calgary, é um dos poucos ocidentais que conheceu e conversou amplamente com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Formado em Relações Internacionais, Spavor acabou fundando a Paektu Cultural Exchange, uma empresa com sedes em Londres, Pyongyang, Pequim e na cidade chinesa de Yanji, que organiza viagens turísticas à Coreia do Norte e eventos de intercâmbio com forte ênfase na diplomacia esportiva, entre outras coisas.

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A confirmação de sua detenção acontece depois que Lu Kang confirmou ontem a detenção de Michael Kovrig, um ex-diplomata que trabalhou em Pequim e na ONU, e que se encarregou de organizar a visita do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, à China em dezembro de 2017, segundo a imprensa canadense.

Lu Kang afirmou em entrevista coletiva que a organização para a qual Kovrig trabalhava, a ONG e think tank International Crisis Group, não estava registrada na China “conforme a lei”, mas não deu mais detalhes, nem esclareceu quais eram as acusações contra ele.

Uma lei adotada em 2016 pelo Parlamento chinês obriga as ONGs estrangeiras a declararem, previamente, suas atividades na China e a passarem por um complexo processo de registro.

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Eventualmente, os jornais oficiais chineses definem as ONGs estrangeiras como uma cobertura para espionagem.

(Com EFE e AFP)

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