O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, o uruguaio Luis Almagro, é alvo de uma investigação interna por se relacionar consensualmente com uma assessora mexicana 20 anos mais nova, o que possivelmente viola o código de ética da organização.
O caso foi noticiado inicialmente pela agência de notícias Associated Press nesta sexta-feira, 7, e vem à tona na semana da Assembleia Geral da organização, que reuniu representantes dos 34 Estados-membros na quinta-feira no Peru.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias, o suposto relacionamento com a funcionária era um “segredo” conhecido por muitos e intimidava aqueles que trabalhavam na instituição. Uma fonte afirmou que o próprio secretário-geral disse a ela que o relacionamento foi um dos motivos que levaram ao divórcio com sua segunda esposa, em 2020.
Durante a Assembleia Geral da OEA em 2019, na Colômbia, duas pessoas afirmaram ter visto o casal se beijando à beira de uma piscina.
+A provocação que o chefe da missão da OEA ouviu na reunião com Bolsonaro
O código de ética da organização estabelece que funcionários não devem manter relacionamentos íntimos com colegas de forma que “interfira no desempenho de suas funções ou prejudique outras pessoas no local de trabalho”. Além disso, um chefe não deve exercer funções de supervisão sobre a outra pessoa ou beneficiá-la de qualquer forma.
Um porta-voz de Almagro disse à Associated Press que o secretário-geral nunca foi supervisor da mulher, e que ela trabalha desde 2019 no Secretariado para o Fortalecimento da Democracia.
“Almagro nunca participou das decisões que dizem respeito aos interesses dessa funcionária na OEA”, afirmou o representante Gonzalo Espariz.
No entanto, em perfis nas redes sociais deste ano, a mulher aparece listada como “conselheira” ou “conselheira-chefe” do secretário-geral. A conta da assessora chegou a ser alterada no LinkedIn depois que ela foi procurada pela agência de notícias.
A mulher chegou a ser citada na biografia de Almagro publicada em 2020, no qual ele afirma ter uma conexão “muito profunda e muito intensa” com o chefe.
A OEA trata internamente do assunto, que já vem sendo investigado desde junho.