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Scholz demite ministro das Finanças e deixa governo alemão à beira de colapso

Divergências econômicas entre os partidos da coalizão resultaram na demissão de Christian Lindner

Por Da Redação
Atualizado em 6 nov 2024, 20h16 - Publicado em 6 nov 2024, 20h12
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  • O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta quarta-feira, 6, a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, líder do Partido Liberal Democrático (FDP), em um movimento que pode desencadear o colapso da coalizão governamental que lidera o país desde 2021.

    A decisão ocorre após meses de tensões políticas entre os três partidos que compõem a aliança da “coalizão semáforo” — o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz, o Partido Liberal Democrático e o Partido Verde —, que não conseguem chegar a um consenso sobre questões essenciais para o país.

    Durante uma coletiva de imprensa de última hora, Scholz explicou que a falta de confiança mútua foi o principal motivo para a demissão de Lindner. “Gostaria de ter poupado o país dessa difícil decisão, especialmente em tempos de crescente incerteza política e econômica”, disse o chanceler, referindo-se à instabilidade interna no governo. Scholz acusou Lindner de priorizar interesses eleitorais de sua legenda, em detrimento das urgentes questões nacionais. “Esse egoísmo é incompreensível”, completou.

    Robert Habeck, vice-chanceler e ministro da Economia pelo Partido Verde, também se manifestou sobre o rompimento da coalizão, afirmando que a separação era praticamente inevitável diante do fracasso das negociações. “Sabíamos que o governo ‘semáforo’ já enfrentava dificuldades, mas não precisávamos chegar a esse ponto. O Partido Liberal Democrático se recusou a explorar soluções viáveis, enquanto nós, os Verdes, não podíamos arriscar a coesão social e a recuperação econômica do país”, afirmou Habeck.

    A crise no governo se acentuou com divergências sobre o orçamento de 2025 e o manejo da dívida pública. Lindner, um defensor da austeridade fiscal, foi acusado por Scholz de bloquear medidas necessárias para enfrentar os desafios econômicos do país. O ex-ministro das Finanças, por sua vez, criticou a tentativa de Scholz de suspender o “freio da dívida”, um mecanismo constitucional que limita o endividamento da Alemanha. “Não posso violar o juramento que fiz para defender a Constituição”, afirmou Lindner, destacando que sua recusa foi uma questão de princípio.

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    Com a saída de Lindner, aumentam as incertezas sobre o futuro da coalizão, especialmente quanto ao destino dos outros ministros do FDP, responsáveis pelas pastas de Justiça, Transporte, Digitalização, e Educação e Pesquisa. Sem o apoio do partido, o governo perderia sua maioria no Bundestag (parlamento federal), o que poderia forçar a convocação de novas eleições para reequilibrar as forças políticas ou até mesmo levar à nomeação de um novo chanceler.

    Scholz anunciou que pedirá ao Parlamento um voto de confiança para seu governo em janeiro de 2025, uma medida que pode abrir caminho para a convocação de eleições antecipadas, caso o voto não seja aprovado.

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