A Agência Espacial Europeia (ESA) acredita que o satélite de observação da Terra ERS-2 deve queimar na atmosfera e cair em solo terrestre nesta quarta-feira, 21, às 8h14 no horário de Brasília (6h14 ET), com uma janela de incerteza de até 15 horas. Devido às peculiaridades do espaço, a instituição não é capaz de cravar em qual território as partes do equipamento espacial despencarão, mas atualiza em tempo real sobre o estado do ERS-2 em seu portal.
“Como a reentrada da espaçonave é ‘natural’, sem a possibilidade de realizar manobras, é impossível saber exatamente onde e quando ela irá reentrar na atmosfera e começar a queimar”, disse a agência em comunicado.
A imprevisibilidade da atividade solar também é um fator que impede a determinação exata sobre o horário de queda. O Sol altera a densidade da atmosfera da Terra e a forma como o satélite é atraído a ela. A estrela central do sistema solar está prestes a entrar no chamado máximo solar, quando está no pico do ciclo de aproximadamente 11 anos.
O satélite tem massa estimada de 2.294 kg quando está sem combustível. Ele é semelhante a outros detritos espaciais que reentram na atmosfera terrestre semanalmente, explicou a ESA. Acredita-se que o dispositivo espacial europeu se quebrará e que grande parte dos destroços entrará em chamas na atmosfera.
Alguns pedaços, no entanto, devem chegar à superfície do planeta. Mas as chances de uma pessoa ser ferida por detritos espaciais a cada ano são inferiores a 1 em 100 bilhões. Ou seja, 1,5 milhão de vezes menor do que morrer em um acidente doméstico, tranquilizou a ESA.
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Sobre o ERS-2
O ERS-2 foi lançado pela primeira vez em 21 de abril de 1995, sendo o mais sofisticado da Europa. Ele recolheu importantes dados sobre calotas polares, oceanos e superfícies terrestres do planeta, além de ter observado desastres naturais em áreas remotas, como inundações e terremotos. As informações coletadas são utilizadas ainda hoje.
Em 2011, a agência decidiu encerrar as operações do satélite e retirá-lo de órbita para não aumentar o lixo espacial — cerca de 30 milhões de objetos (não operacionais) poluem a trajetória terrestre, de acordo com a ESA. Após 66 manobras, o equipamento foi desorbitado em 11 de setembro de 2011. Com combustível e menor altitude, era esperado que o ERS-2 espiralasse lentamente, reentrando na atmosfera dentro de 15 anos.