O presidente da Rússia, Vladimir Putin, indicou que está se preparando para uma longa guerra na Ucrânia, dizendo que Kiev poderia usar qualquer cessar-fogo para se rearmar e que, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2024, Moscou continuará sendo vista como o inimigo.
As declarações foram feitas durante um fórum econômico na cidade portuária russa de Vladivostok, no Pacífico, onde Putin disse que a contraofensiva ucraniana está fracassando e, consequentemente, tendo muitas perdas no conflito. O russo disse que cerca de 71 mil membros do Exército da Ucrânia morreram durante ataques.
Segundo ele, somente quando a Ucrânia estiver exausta em termos de soldados, equipamentos e munições é que Kiev vai estar disposta a fazer um acordo de paz. Porém, ele disse que os ucranianos usariam qualquer cessação das hostilidades “para reabastecer os seus recursos e restaurar a capacidade de combate das suas forças armadas”.
Para que haja alguma possibilidade de negociações, o líder russo disse que deveria haver um cancelamento da proibição legal auto-imposta pela Ucrânia para falar sobre paz. Além disso, Putin afirmou que a Rússia está pronta para encerrar o conflito, mas não pode parar de lutar enquanto enfrenta a contraofensiva ucraniana.
“Então veremos”, concluiu Putin.
Durante o fórum, o presidente russo também falou sobre a política norte-americana. Ele disse que a acusação do ex-presidente Donald Trump sobre uma possível fraude nas eleições demonstrou a “podridão” do sistema político dos EUA.
Porém, Putin também não espera nenhuma mudança na política de Washington em relação à Rússia com base no vencedor das eleições americanos de 2024.
“Não haverá mudanças fundamentais na direção russa na política externa dos EUA, independentemente de quem for eleito presidente”, disse Putin. “As autoridades dos EUA consideram a Rússia um inimigo existencial.”
Falando antes de uma reunião com o líder norte-coreano Kim Jong-un, que foi até Vladivostok, o líder do Kremlin também defendeu a sua orientação para a Ásia. Segundo ele, o Ocidente tentava dissuadir a China de ter relações estreitas com a Rússia, mas que tais tentativas falharam, já que os laços com Pequim estavam num nível sem precedentes.