Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Rússia quer usar plano de Lula para a Ucrânia a seu favor, EUA alertam

Suspeita dos Estados Unidos foi revelada em documentos vazados do Pentágono sobre a guerra

Por Amanda Péchy
Atualizado em 12 abr 2023, 10h10 - Publicado em 12 abr 2023, 10h09
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Documentos atribuídos ao Pentágono sobre a guerra na Ucrânia, que vazaram na internet na semana passada, indicaram que os Estados Unidos suspeitam que o líder russo, Vladimir Putin, pretendia usar o plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a guerra na Ucrânia a seu favor.

    O líder brasileiro defende a formação de um grupo de trabalho internacional para discutir termos para o fim do conflito, ideia que ele apresentou durante uma visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, ao Brasil, em fevereiro. Na ocasião, Lula disse que é preciso criar um “clube das pessoas que vão querer construir a paz no planeta”.

    “A minha sugestão é que a gente crie um grupo de países, que tente sentar à mesa com a Ucrânia e com a Rússia para tentar encontrar a paz”, declarou, acrescentando que o Brasil está disposto a participar da mediação e que a China teria um papel importante na negociação pelo fim da guerra.

    Um dos documentos americanos vazados – alguns dos papéis foram confirmados pela inteligência americana como verdadeiros – diz que, no final de fevereiro, as autoridades russas de relações exteriores apoiaram a proposta de mediação da Ucrânia, apresentada pelo então recém-eleito Lula. A informação foi revelada pelo jornal americano Miami Herald, que obteve parte da papelada.

    + O que se sabe a respeito do vazamento de documentos dos EUA sobre Ucrânia

    O relatório ultrassecreto sugere, segundo a inteligência americana, que as autoridades russas acreditavam que o plano “para estabelecer um clube de mediadores supostamente imparciais para resolver a guerra na Ucrânia rejeitaria o paradigma de ‘agressor-vítima’ do Ocidente”.

    Continua após a publicidade

    Nos primeiros meses do governo, Lula sugeriu por diversas vezes que a situação da Rússia e da Ucrânia poderiam ser equiparadas, o que deixou líderes ocidentais em estado de alerta. O presidente brasileiro rejeitou os apelos para o envio de munições à Ucrânia, defendendo que o correto seria voltar à mesa de negociações.

    Ainda que Lula tenha declarado, após um encontro com o presidente Joe Biden, em Washington, que a Rússia é a agressora e a Ucrânia, a vítima – além de ter conversado por telefone com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia –, algumas de suas ações ainda são questionadas.

    Em uma votação nas Nações Unidas há duas semanas, o Brasil foi um dos únicos países a ficar ao lado de uma proposta da Rússia de criar um grupo de investigação no órgão para examinar as explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no mar do Norte. Ao lado de Brasília estavam apenas a China e a própria Rússia.

    Continua após a publicidade

    Além disso, na semana passada, o próprio Lula sugeriu que a Ucrânia deveria renunciar às reivindicações territoriais sobre Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente em 2014. O governo ucraniano defende que a guerra só pode acabar se o seu país recuperar todo o território perdido para a Rússia.

    O relatório de inteligência dos Estados Unidos menciona que o governo brasileiro planejava enviar um enviado a Moscou para discutir o plano de Lula para a Ucrânia no início de abril. Celso Amorim, assessor especial do presidente brasileiro, encontrou-se com Putin no final de março, embora o resultado da visita não esteja claro.

    Em entrevista à emissora americana CNN, Amorim disse que as portas não estão totalmente “fechadas” para encontrar uma solução negociada para a guerra.

    Continua após a publicidade

    Para Paulo Velasco, professor de política internacional da Ufrj, Lula tenta posicionar o Brasil de forma mais neutra possível para que o Brasil tenha maior proeminência internacional – de forma semelhante ao que fez em seus mandatos anteriores, entre 2003 e 2010.

    “A equidistância estratégica da diplomacia brasileira permite uma gama maior de relações”, afirma o especialista.

    Documentos vazados

    O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está se esforçando para investigar e conter as consequências de um grande vazamento de documentos secretos do Pentágono sobre a guerra na Ucrânia, que abalou autoridades americanas, membros do Congresso e aliados importantes nos últimos dias.

    Continua após a publicidade

    Os documentos incluem detalhes sobre como os Estados Unidos espionam amigos e inimigos, bem como informações sobre os exércitos da Ucrânia e da Rússia. As informações foram publicadas no mês passado em redes sociais, como Twitter e Telegram, e vieram à tona devido a investigações jornalísticas na sexta-feira 7.

    + ONU: número de mortes confirmadas de civis na Ucrânia chega a 8.500

    Até o momento, pouco se sabe sobre o responsável pelo vazamento ou como alguns dos segredos mais bem guardados do país acabaram na internet. O Departamento de Defesa ainda está analisando o assunto e tomou medidas para restringir o fluxo dos documentos altamente confidenciais, mas autoridades americanas e aliados próximos já temem que as revelações possam colocar em risco fontes sensíveis e comprometer as relações exteriores.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.