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Rússia faz ‘Putinpalooza’ para celebrar um ano da invasão da Ucrânia

População lotou estádio onde ocorreu a final da Copa do Mundo de 2018, mas a maioria das pessoas foi forçada ou paga para comparecer

Por Da Redação
22 fev 2023, 15h21
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  • No estádio utilizado para a final da Copa do Mundo de 2018, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se dirigiu a dezenas de milhares de pessoas nesta quarta-feira, 22, em um comício para marcar o aniversário de um ano de sua invasão à Ucrânia. O público ao seu redor acenava com bandeiras da Rússia, gritando palavras de apoio aos soldados que estão lutando em território ucraniano.

    Em meio a uma temperatura de 15°C negativos, uma série de apresentações musicais, em um verdadeiro festival, estavam programadas para comemorar a data, mas a atração mais esperada era Putin. Durante sua fala, o presidente russo saudou seus soldados e convocou a multidão a gritar “Rússia, Rússia”, em homenagem aos “heróis que defendem a pátria”.

    “Eles lutam heroicamente, corajosamente, bravamente. Estamos orgulhosos deles”, disse.

    Outra atração aguardada era a performance de Grigory Leps, cantor ligado à máfia. Ele recentemente foi retirado da lista de sanções dos Estados Unidos contra pessoas ligadas ao Kremlin.

    O estádio de Lujniki cuja capacidade é de 81 mil pessoas, estava lotado. Porém, segundo relatos, muitos foram forçados ou coagidos a comparecer às comemorações – sequer era possível comprar ingressos para os shows.

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    Segundo a mídia russa, funcionários públicos e estudantes foram pagos para comparecer ou forçados a ir. Autoridades também fecharam as portas para impedi-los de sair antes do discurso de Putin no final.

    + Após Biden visitar Kiev, Putin se encontra com principal diplomata chinês

    Ainda assim, o clima de indiferença com relação à guerra na Ucrânia predomina em Moscou. A população procura viver normalmente, e os únicos lembretes da guerra são outdoors de apoio às Forças Armadas espalhados pela cidade, ou algumas lojas ocidentais fechadas.

    “Eu realmente não sinto que haja uma guerra acontecendo”, disse um moscovita ao jornal Moscow Times no início desta semana. “Pode-se adaptar facilmente a qualquer circunstância – quanto mais tempo esse conflito dura, mais as pessoas aceitam a situação.”

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    Nenhum tipo de protesto da oposição no aniversário da invasão, nesta sexta-feira, 24, foi marcado, e pesquisas de opinião indicam que 75% dos russos apoiam o conflito. Especialistas, contudo, alertam que a repressão política do país pode causar distorção no censo.

    + Biden rebate Putin e diz que ‘EUA e Europa não querem destruir Rússia’

    “De um modo geral, não é nossa preocupação”, disse outra moradora quando questionada sobre a guerra, que ainda acrescentou que “não estava interessada em política”.

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    O momento em que a sociedade russa foi forçada a ver a realidade da guerra foi durante a mobilização militar para o recrutamento em setembro e outubro de 2022.

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    O medo de ter familiares recrutados também teve como consequência um êxodo de pessoas fugindo para fora da Rússia. É estimado que centenas de milhares de pessoas saíram do país por conta da repressão política ou para evitar o recrutamento.

    Por volta de dezembro de 2022, as mobilizações perderam força e os russos passaram a voltar a ignorar a guerra em curso no país vizinho.

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