O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) anunciou nesta sexta-feira, 13, a expulsão de seis diplomatas do Reino Unido por espionagem.
Em comunicado, o órgão federal afirmou que o Ministério das Relações Exteriores britânico teria como objetivo “infligir uma derrota estratégica” à Rússia através da “implementação de políticas subversivas”. O complô teria sido revelado em “materiais documentais” que tratam sobre a “escalada da situação político-militar internacional”.
“Em relação a isso, com base nos documentos fornecidos pela FSB da Rússia e como uma medida de resposta aos numerosos passos hostis de Londres, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em cooperação com os órgãos interessados, revogou a acreditação de seis funcionários do setor político da embaixada britânica em Moscou, cujas ações mostraram indícios de atividades de espionagem e subversão”, disse a nota.
Além disso, o texto destacou que os diplomatas representam uma “ameaça à segurança” a Moscou e que, caso “ações semelhantes” sejam identificadas, outros representantes britânicos serão alvo de uma “cessação antecipada de suas missões na Federação Russa”. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido alegou que as acusações são “completamente infundadas” e que surgem após operações de combate à “atividade dirigida pelo Estado russo em toda a Europa”.
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Guerra na Ucrânia
A declaração ocorre no mesmo em dia em que está prevista uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, sobre a possibilidade de que armas ocidentais de longo alcance sejam usadas pela Ucrânia na guerra contra a Rússia, iniciada em fevereiro de 2022.
Ainda nesta quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu sobre como o uso de armamentos de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, mudaria “a própria natureza do conflito”. Ele alertou, ainda, que significaria que “todos os Estados da Otan, os Estados Unidos, os países europeus estão lutando com a Rússia” e que Moscou se reservaria do direito de tomar “decisões correspondentes com base nas ameaças que serão criadas”.
“A questão não é se deve ou não permitir que o regime ucraniano faça ataques à Rússia. A questão é decidir se os Estados da Otan estão diretamente envolvidos no conflito militar ou não”, disse ele. “Se essa decisão for tomada, isso não significará nada além do envolvimento direto dos Estados da Otan, Estados europeus, na guerra na Ucrânia.”