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Rússia: Explosão que matou cinco cientistas está ligada a testes de armas

Ao mesmo tempo em que homenageou os mortos no incidente, a agência nuclear russa garantiu que "continuará o trabalho deste novo tipo de armamento"

Por Da Redação 13 ago 2019, 01h42
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  • Quatro dias depois da explosão nuclear que provocou a morte de pelo menos cinco cientistas em uma remota base do norte da Rússia, o governo do país reconheceu, nesta segunda-feira 12, que o acidente está ligado a testes de “novas armas”.

    Especialistas americanos consideraram que este acidente poderia estar relacionado com os testes do míssil de cruzeiro “Burevestnik”, uma das novas armas “invencíveis” alardeadas pelo presidente Vladimir Putin no início deste ano.

    Ao mesmo tempo em que homenageou os cinco membros de seu pessoal mortos no incidente, a agência nuclear russa garantiu, nesta segunda, sem dar muitos detalhes, que “continuará o trabalho deste novo tipo de arma que, sob qualquer circunstância, será feito até o fim”.

    “Cumpriremos os deveres que nossa Pátria nos confiou. Sua segurança estará garantida por completo”, garantiu o chefe da Rosatom, Alexei Lijachev, citado pelas agências de notícias russas.

    Antes, o Exército havia anunciado a morte de dois “especialistas”, sem que ficasse claro se estão incluídos entre os cinco falecidos mencionados pela agência russa. Outras três pessoas foram vítimas de queimaduras neste acidente ocorrido na quinta-feira, acrescentou a Rosatom.

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    Segundo este órgão, seus especialistas dão assistência em Engenharia e suporte técnico, no que se refere à “fonte de energia” do motor do míssil que explodiu. A deflagração aconteceu em uma “plataforma marítima” e provocou a queda de vários trabalhadores ao mar.

    Logo após o acidente, o Ministério da Defesa se limitou a informar que os fatos ocorreram durante o teste de um “motor-foguete de propulsão” a combustível líquido, mas sem descrever o acidente como estando vinculado com energia nuclear.

    Depois, afirmou que “não houve contaminação radioativa”, mas a prefeitura de uma cidade próxima à base anunciou que “registrou uma leve alta da radioatividade”. O anúncio foi revisto posteriormente.

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    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira saber “muito” sobre a explosão, e afirmou que os Estados Unidos têm uma arma similar.

    “Os Estados Unidos sabem muitas coisas sobre a explosão de um míssil defeituoso na Rússia”, tuitou Trump, mencionando o míssil “Skyfall”. “Dispomos de uma tecnologia similar, e mais avançada”.

    Mas o especialista Joe Cirincione desmentiu o presidente: “Isto é raro. Não temos um programa de mísseis de cruzeiro com propulsão nuclear. Tentamos desenvolver um nos anos 1960, mais foi excessivamente delirante, inviável e cruel, mesmo para aqueles anos de Guerra Fria”.

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    “Testes únicos”

    Putin causou sensação no ano passado e no início deste, ao apresentar uma nova geração de mísseis desenvolvidos por seu país, “invencíveis”, “indetectáveis” e “hiperssônicos”. Ameaçou mobilizar estas novas armas para atacar “centros de decisão” nos países ocidentais.

    No domingo, a cidade de Sarov, onde fica o principal centro de pesquisa nuclear russo, decretou um dia de luto e informou que os cinco especialistas mortos seriam condecorados de maneira póstuma, nesta segunda, após o funeral.

    “Tiveram uma dupla responsabilidade: no desenvolvimento de tecnologias e de equipamentos únicos e ao assumirem o risco físico de realizar testes únicos”, disse Serguei Kirienko, membro do gabinete presidencial e ex-chefe da Rosatom, homenageando “verdadeiros heróis”.

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    Conhecido como “Arzamas-16” durante a Guerra Fria, no centro de Sarov se desenvolveram as primeiras armas nucleares da União Soviética.

    No início de julho, 14 oficiais do Exército russo morreram no incêndio de um submarino nuclear no mar de Barents, em circunstâncias sobre as quais as autoridades russas não se pronunciaram, alegando “segredo de Estado”. O fogo pôde ser controlado, mas alcançou o reator nuclear do submergível, de acordo com o Ministério russo da Defesa.

    (Com AFP e EFE)

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