A Rússia voltou, nesta segunda-feira, 12, a retirar civis de áreas próximas à fronteira do país com a Ucrânia, após a maior incursão ucraniana em território russo desde o início da guerra entre as duas nações, em fevereiro de 20222.
Soldados de Kiev invadiram a região russa de Kursk há uma semana, dando início a dias consecutivos de batalha contra militares locais. Segundo o governo de Belgorod, uma região vizinha, o aumento da atividade militar aumentou na fronteira ucraniana levou à decisão de retirar cerca de 11 mil pessoas da área.
“Tenho certeza de que nossos militares farão de tudo para lidar com a ameaça que surgiu”, disse o governador regional, Vyacheslav Gladkov. “Estamos começando a mover as pessoas que vivem no distrito de Krasnaya Yaruga para lugares mais seguros.”
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Ele também disse que toda a região estava sob alerta de mísseis e disse às pessoas para se abrigarem em seus porões. Acrescentou, porém, que estava “certo de que nossos militares farão de tudo para lidar com a ameaça que surgiu”.
Kursk também deu continuidade às operações de retirada de civis nesta segunda-feira. Milhares de pessoas foram orientadas a deixar suas casas no distrito de Belovsky, onde o governador local, Alexei Smirnov, também emitiu um alerta de mísseis. Ele orientou a população a se abrigar em quartos sem janelas e com paredes sólidas, e garantiu que acomodações temporárias foram preparadas para aqueles que forem transferidos a áreas mais seguras.
Demonstração de força
As forças ucranianas avançaram cerca de 30 km dentro da Rússia, a incursão mais profunda no país inimigo desde a invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou. Kiev alegou que milhares de soldados estão envolvidos no ataque surpresa, que pode ter como objetivo ganhar vantagem em possíveis negociações de cessar-fogo após a eleição dos Estados Unidos em novembro.
Aparentemente pega desprevenida, a Rússia estabilizou o front na região de Kursk no domingo, embora a Ucrânia tenha conquistado uma fatia de território. O Kremlin impôs uma segurança rigorosa na fronteira, enquanto sua aliada Belarus reforçou o número de soldados em sua própria divisa com a Ucrânia.
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A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e agora controla 18% do território do país. As forças russas, que têm uma vasta vantagem numérica, têm feito avanços singelos, mas consistentes, neste ano ao longo da linha de frente de 1.000 km no leste. Isso após o fracasso da contraofensiva ucraniana em 2023.
Kiev quebrou o silêncio sobre os ataques no sábado, quando o presidente Volodymyr Zelensky disse que o país havia lançado uma incursão em território russo para “restaurar a justiça” e pressionar as forças de Moscou.