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Rússia e Turquia anunciam cessar-fogo na Síria

Suspensão dos confrontos está marcada para os primeiros minutos desta sexta-feira; conflito forçou mais de 960 mil pessoas a deixarem suas casas

Por Da Redação
Atualizado em 5 mar 2020, 17h30 - Publicado em 5 mar 2020, 17h09
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  • Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Erdogan, anunciaram em Moscou nesta quinta-feira, 5, um cessar-fogo na província de Idlib, na Síria. A interrupção das hostilidades entre os grupos armados apoiados pelos turcos e o Exército sírio, respaldado pelo Kremlin, deverá entrar em vigor nos primeiros minutos desta sexta-feira, 6.

    A região, considerada o último enclave rebelde do país, é palco de uma ofensiva de Damasco desde dezembro de 2019. O presidente sírio, Bashar Assad, tenta reconquistar o controle e “estabilizar” a província. O aumento da violência e os bombardeios diários, porém, resultaram na morte de 470 civis e forçaram mais de 960 mil pessoas a deixarem suas casas e fugirem para locais próximos da fronteira turca desde o início da operação.

    Nos termos do cessar-fogo, as tropas russas e turcas deverão realizar patrulhas conjuntas ao longo de uma faixa desmilitarizada de 12 quilômetros de largura na rodovia estratégica M4. As patrulhas terão início após os parâmetros da zona de segurança terem sido discutidos. A expectativa é que os comboios russos e turcos comecem a atuar no dia 15 de março.

    Erdogan disse a repórteres em Moscou que a Turquia não “se silenciará” perante os ataques do Exército da Síria e ameaçou retaliar qualquer ofensiva com todo seu poderio bélico. Putin, por outro lado, disse que nem sempre concorda com as reivindicações dos rebeldes, mas pediu que esse acordo seja cumprido para que o sofrimento dos civis acabe e a crise humanitária seja refreada.

    A Turquia deslocou milhares de soldados e veículos blindados para Idlib no início de fevereiro para conter o avanço das forças de Assad e forçar o Exército sírio a retirar suas tropas da região. Mas, as tropas leais a Damasco continuaram a ganhar terreno.

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    No fim de fevereiro, mais de 30 soldados turcos foram mortos durante uma operação da Força Aérea síria. Como resposta, A Turquia destruiu dezenas de veículos militares e tanques, abateu duas aeronaves e matou centenas de soldados sírios. Ao mesmo tempo, Erdogan buscava apoio na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Turquia faz parte, e da Europa.

    Como forma de pressionar os europeus, o governo turco abriu a passagem de refugiados sírios na fronteira com a Grécia e a Bulgária. As autoridades europeias começaram a tentar impedir a entrada dos imigrantes com bombas de gás e até tiros de advertência. Uma criança morreu afogada, e o governo turco acusa as autoridades gregas de terem matado um adulto.

    O cessar-fogo, contudo, é frágil. Desde o início da ofensiva de Assad em dezembro, duas tentativas semelhantes para parar com as hostilidades não surtiram efeito. Menos de uma hora após o anúncio de Putin e Erdogan, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia divulgou que mais dois soldados turcos morreram na Síria.

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