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Rússia e Belarus se preparam para exercícios militares perto da Ucrânia

Treinamentos estão sendo vistos por EUA e Otan como pretexto para Moscou aumentar ainda mais número de tropas para eventual invasão

Por Da Redação 9 fev 2022, 15h40

Em meio às tensões envolvendo a presença de forças russas na fronteira com a Ucrânia, os Exércitos de Rússia e Belarus começarão na próxima quinta-feira, 10, dez dias de exercícios militares conjuntos.

A Rússia transferiu cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para Belarus para os exercícios, que serão supervisionados pelo chefe das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov.

Os treinamentos, no entanto, estão sendo vistos pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança militar ocidental, como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto das fronteiras ucranianas. A Rússia cercou o norte da Ucrânia, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, em territórios de Belarus, de quem é aliada.

Segundo o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, o número de forças russas nos exercícios em Belarus é “a maior movimentação russa desde a Guerra Fria, com uma expectativa de mais de 30.000 soldados, além de membros de operações especiais, caças, sistemas de defesa antiaérea e mísseis com capacidade nuclear”. 

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O Kremlin, por sua vez nega intenção de invadir o país vizinho e afirmou que irá retirar os militares de Belarus após o fim dos exercícios. O objetivo dos exercícios, denominados “Allied Resolve”, é “desenvolver diferentes opções para neutralizar conjuntamente as ameaças e estabilizar a situação nas fronteiras”, disse o vice-ministro da Defesa da Rússia, Aleksandr V. Fomin, em uma reunião com adidos militares estrangeiros em Moscou neste mês.

O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. Segundo ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A Aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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Na semana passada, Putin também os Estados Unidos e a Otan de tentar empurrar a Rússia para uma guerra, mesmo esperando que os diálogos continuem. Autoridades do governo americano acreditam que Putin ainda não tomou a decisão de invadir, porém esperam que isso possa acontecer nas próximas semanas. 

Pouco depois, o governo russo novamente acusou Washington de aumentar as tensões na região após o anúncio de que enviariam mais de 3.000 soldados para a Alemanha, Romênia e Polônia. 

Em resposta, os Estados Unidos e a Otan descreveram a medida como um “forte sinal de que a Aliança se preocupa com seus aliados”.

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