Rússia diz que EUA ‘brincam com fogo’ ao ajudar a Ucrânia na guerra
Diplomata sênior acusa Washington de entrar em conflito indireto contra Moscou, sugerindo que situação pode 'sair do controle'

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse nesta sexta-feira, 17, que os Estados Unidos “brincam com fogo” ao auxiliar a Ucrânia na guerra, pouco depois de a Casa Branca aprovar um novo pacote de ajuda militar a Kiev no valor de 61 bilhões de dólares. De acordo com o diplomata sênior, Washington já está em “estado de guerra indireta” contra Moscou, uma situação que ele disse poder “sair de controle” facilmente.
“Alertamos que (os Estados Unidos) estão brincando com fogo. Há muito que estão em estado de guerra indireta com a Federação Russa”, disse ele durante entrevista à agência de notícias estatal russa, TASS.
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“De alguma forma, (os americanos) não conseguem perceber que, para satisfazer a suas próprias ideias geopolíticas, estão se aproximando de uma fase em que será muito difícil controlar o que está a acontecer e evitar uma crise dramática”, completou.
Escalada de tensões
Os comentários de Ryabkov refletem a crescente preocupação do Kremlin sobre o que considera um perigoso avanço do Ocidente na Ucrânia.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de colocar o mundo em risco de um conflito global, afirmando que nenhum país pode ameaçar a Rússia – segundo ele, “a maior potência nuclear do mundo”. O chefe do Kremlin também ressaltou que seus militares estão “prontos para combate”. As declarações foram dadas durante um discurso no evento que comemora a vitória da União Soviética contra a Alemanha nazista na II Guerra Mundial.
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A crise entre Rússia e nações ocidentais aprofundou-se nas últimas semanas: o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu aval final a um aporte de 61 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia; o Reino Unido disse que Kiev tinha o direito de atacar a Rússia com armas britânicas; e o presidente francês, Emmanuel Macron, recusou-se a descartar o envio de soldados franceses para combater as forças russas.
Na última semana, o Kremlin respondeu anunciando que incluiria armas nucleares táticas em um exercício militar, caracterizando as posturas americana, britânica e francesa como ameaças.