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Rússia coloca opositor preso Alexei Navalny em lista de ‘terroristas’

Ativista anticorrupção cumpre pena por violações da liberdade condicional, sentença tida por ele como forjada para frustrar suas ambições políticas

Por Da Redação 25 jan 2022, 16h31

O opositor Alexei Navalny e alguns de seus aliados foram incluídos nesta terça-feira, 25, a uma lista oficial de “terroristas e extremistas”, no desenvolvimento mais recente de uma série de ações de autoridades da Rússia para repreender a oposição ao presidente Vladimir Putin.

A lista de “terroristas” feita pelo serviço estatal de monitoramento financeiro faz com que Navalny e membros de sua equipe estejam sujeitos a limites sobre transações bancárias e precisem de aprovação do governo toda vez que quiserem usar suas contas.

“Tenho orgulho de trabalha em nossa bela equipe de ‘extremistas e terroristas'”, escreveu Leonid Volkod, chefe de gabinete da campanha de Navalny para as eleições presidenciais de 2018, em publicação no Facebook. “Ao reduzir o significado das palavras e transformar o significado, o Kremlin está cavando um buraco maior para si mesmo. Está fazendo tudo o que pode para que aqueles que acreditam em Putin parem de acreditar”.

Para Lyubov Sobol, um dos rostos do popular canal da oposição no YouTube, Putin está declarando que qualquer um que não gostar é um terrorista.

Sobol foi acrescentado à lista nesta terça-feira, enquanto Volkov foi incluído no início do mês. Ambos são parte da equipe de aliados de Navalny que teve que fugir da Rússia para evitar prisão.

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Separadamente nesta terça-feira, agências de notícias locais relataram que o serviço prisional federal havia exigido que Oleg Navalny, irmão de Alexei, tivesse prisão decretada, após uma sentença de um ano dada a ele no ano passado ter sido suspensa.

Oleg estava entre um grupo de indivíduos acusados de ‘incitar pessoas’ a quebrarem restrições contra a Covid-19 durante participação em protestos não autorizados em janeiro de 2021.

Ativista anticorrupção, Alexei Navalny foi preso no início de 2021 e cumpre pena de dois anos e meio por violações da liberdade condicional, sentença tida por ele como forjada para frustrar suas ambições políticas. Desde então, o opositor tem criticado constantemente a forma como tem sido tratado na prisão. Em outubro, ele já havia afirmado estar sendo tratado como terrorista

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Em agosto de 2020, o ativista foi levado às pressas para Berlim para tratar de um envenenamento por um raro agente que ataca o sistema nervoso. Ele acusa o governo russo, que nega qualquer envolvimento.  Em setembro, uma nova acusação do Comitê Investigativo da Rússia afirmou que em 2014 Navalny criou uma “rede extremista e a dirigiu com o objetivo de mudar as bases constitucionais russas”.

Em outubro do ano passado, Navalny recebeu do Parlamento Europeu o Prêmio Sakharov de defesa dos direitos humanos e de liberdade de pensamento por sua luta pela democracia e contra a corrupção em seu país. 

“Ele lutou de maneira incansável contra a corrupção do regime de Vladimir Putin. Isso custou a sua liberdade e quase sua vida. O prêmio reconhece a sua imensa bravura e reiteramos nosso apelo por sua libertação imediata”, disse o presidente do parlamento, David Sassoli, em publicação no Twitter.

O Kremlin negou qualquer envolvimento no envenenamento e disse repetidamente que seu tratamento é assunto do serviço penitenciário. Desde então, Putin se nega até mesmo a mencionar o nome do opositor.

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