Rússia atacou usina nuclear em Khmelnytsky, diz Zelensky
O presidente ucraniano afirma que havia componentes de empresas ocidentais nos explosivos russos, alertando para 'perigo' de sanções fracas
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira, 26, que um novo ataque de drones da Rússia foi direcionado a uma usina nuclear no oeste do país. De acordo com ele, a investida feriu 20 pessoas e causou danos leves à infraestrutura do local, incluindo janelas quebradas.
Autoridades relataram que o ataque aconteceu na região oeste de Khmelnytsky, na área ao redor da usina, na manhã de quarta-feira 25. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que as operações da usina não foram afetadas.
“Poderosas explosões abalaram uma área perto da Usina Nuclear de Khmelnytsky, na Ucrânia”, disse Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, acrescentando que o ataque mostra “os perigos para a segurança nuclear” da guerra.
+ Ucrânia faz retirada forçada de crianças após ataques russos renovados
A usina de Khmelnytsky possui dois reatores, sendo que apenas um deles está em operação. O segundo foi paralisado em agosto.
Desde o início do conflito, Kiev também teme que os combates afetem a central nuclear de Zaporizhzhia, no leste, que é controlada pela Rússia desde março de 2022.
A Ucrânia acusa Moscou de bombardear o local e arriscar um acidente radioativo, o que, segundo Kiev, representaria uma forma de “terrorismo nuclear”. Porém, nenhum acidente grave ocorreu desde a invasão.
+ Rússia aprova lei para reverter tratado que proíbe teste nuclear
Zelensky disse que o ataque a Khmelnytsky mostrou que as defesas aéreas da Ucrânia precisam de mais apoio internacional. Ele acrescentou que os explosivos russos foram transportados por drones iranianos e tinham componentes ocidentais, o que mostrou o “quão perigoso pode ser quando a Rússia consegue contornar as sanções internacionais”.
A Alemanha anunciou na última terça-feira 24 um pacote de ajuda de 1,5 bilhões de dólares (R$ 7,4 bilhões) para Kiev. Estão incluídos no auxílio novos sistemas de defesa antimísseis com o objetivo de criar um “escudo protetor” em torno da infraestruturas ucranianas vitais.