Ruandeses se reunirão a partir deste domingo, 7, para iniciar uma comemoração solene das vidas de 800 000 Tutsi e Hutus moderados assassinados durante o genocídio ruandês, um período de três meses de execuções que ocorreu há 25 anos.
A cerimônia marca o começo da semana de eventos que homenagearão os mortos. O presidente ruandês, Paul Kagame, deve deixar uma coroa de flores no memorial Gisozi, onde mais de 250 000 pessoas estão enterradas.
Autoridades se uniram a cerca de 2 000 pessoas em uma “caminhada para recordar” na capital Kigali, saindo do Parlamento rumo ao estádio nacional de futebol, onde velas foram acesas em uma vigília noturna.
Ao menos dez chefes de Estado eram esperados, disse a jornalistas, no sábado, dia 6, a diretora de comunicação do gabinete presidencial, Stephanie Nyombayire. A governadora-geral do Canadá, Julie Payette, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, estiveram presentes.
Os 100 dias de assassinatos começaram em 6 de abril de 1994, depois que o presidente Juvenal Habyarimana e o seu equivalente de Burundi, Cyprien Ntaryamira – ambos da etnia Hutu – foram mortos quando o avião em que estavam foi alvejado sobre a capital ruandesa. Os responsáveis nunca foram identificados.
O ataque mobilizou soldados Hutu do governo e milícias aliadas extremistas, que orquestraram o genocídio para exterminar a minoria Tutsi.
Em vilarejos ao redor do país densamente populado, vizinhos se voltaram contra vizinhos, o que resultou em homens, mulheres e crianças golpeados à morte, queimados vivos, espancados e baleados.
Cerca de 10 mil pessoas foram mortas diariamente. Além disso, 70% da minoria Tutsi foi dizimada, e mais de 10% da população total de Ruanda, eliminada.
O conflito terminou em julho de 1994 quando a Frente Patriótica Ruandesa (RPF, na sigla em inglês), um movimento rebelde liderado por Tutsis comandados por Kagame, chegou de Uganda e tomou o controle do país.
A política oficial é de desencorajar fortemente qualquer conversa sobre etnia, mas a oposição diz que o controle acirrado da imprensa e da esfera política é usado para abafar divergências, algo que o governo nega.
(Com a agência Reuters)