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Republicanos no Congresso rompem com Trump após reunião com Putin

Aliados do presidente americano se pronunciaram contra sua postura no encontro, especialmente pela omissão em relação à interferência russa nas eleições

Por Da Redação
Atualizado em 17 jul 2018, 14h33 - Publicado em 17 jul 2018, 10h57

Membros do Congresso dos Estados Unidos, incluindo alguns dos principais líderes republicanos, repreenderam nesta terça-feira 17 o desempenho do presidente americano, Donald Trump, durante a coletiva de imprensa de ontem ao lado do líder russo, Vladimir Putin. A principal insatisfação foi com a recusa de Trump de condenar Putin por interferir na eleição dos Estados Unidos em 2016.

O presidente da Câmara, Paul Ryan, contradisse vários comentários que Trump fez durante a conferência em Helsinque. “Não há dúvida de que a Rússia interferiu em nossa eleição e continua tentando minar a democracia aqui e em todo o mundo”, disse Ryan, republicano de Wisconsin, em um comunicado. Para ele, esse fato “não é apenas descoberta da comunidade de inteligência americana”, mas também do Comitê da Câmara.

“O presidente precisa reconhecer que a Rússia não é nossa aliada”, continuou. “Não há equivalência moral entre os Estados Unidos e a Rússia, que permanece hostil aos nossos valores e ideais mais básicos. Os Estados Unidos devem se concentrar em responsabilizar a Rússia e pôr um fim aos seus ataques vis à democracia.”

O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, falou brevemente com repórteres americanos ontem, também em apoio ao que apontam as investigações da inteligência americana. “Eu disse várias vezes e digo isso de novo, os russos não são nossos amigos e acredito inteiramente na avaliação de nossa comunidade de inteligência”, disse o senador pelo estado de Kentucky à emissora CNN. Ele não respondeu quando questionado se iria revelar a Trump que discorda dele.

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O também senador republicano John McCain, que já havia criticado Trump em outras ocasiões, disse que os comentários do líder da Casa Branca foram “uma das performances mais vergonhosas de um presidente americano na memória” dele. Bob Corker, presidente do Departamento de Relações Exteriores do Senado pelo mesmo partido, disse, por sua vez, que o presidente “nos fez parecer bobos” e que Putin provavelmente estava comendo caviar no avião para casa.

Os comentários de Trump durante a coletiva de imprensa, que pareciam apoiar a negação de Putin em relação ao papel da Rússia nas eleições americanas e questionar a avaliação da inteligência dos Estados Unidos, foram alvo de críticas até para aliados do presidente americano. Os senadores Orrin Hatch, Tim Scott, Susan Collins e Lindsey Graham, assim como os representantes republicanos Liz Cheney, Trey Gowdy, Adam Kinzinger e Will Hurd, também criticaram a fala de Trump.

Frank LoBiondo, de Nova Jersey, que preside o subcomitê da CIA, também disse que Trump perdeu uma oportunidade de criticar Putin pelo ocorrido. “Eu discordo fortemente da afirmação de que a Rússia não se intrometeu nas eleições de 2016”, publicou em sua conta no Twitter republicano, que não está concorrendo a reeleição. “O presidente Trump perdeu a oportunidade de responsabilizar Putin publicamente.”

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