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Reino Unido pede desculpas a casal líbio entregue a Kadhafi

Sequestrados em 2004 pelos serviços secretos americano e britânico, Abdel Hakim Belhaj e sua mulher foram presos e torturados pelo governo líbio

Por Da Redação
11 Maio 2018, 13h03
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  • O governo do Reino Unido pediu desculpas nesta quinta-feira (10) ao islâmico Abdel Hakim Belhaj por ter participado em seu sequestro na Tailândia, em 2004, e por tê-lo entregado ao governo da Líbia, que o prendeu e torturou por mais de seis anos.

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    “As ações do governo britânico contribuíram para sua prisão, entrega e sofrimento (…) Em nome do governo de Sua Majestade, peço desculpas”, declarou a primeira-ministra britânica Theresa May em uma carta a Belhaj e a sua mulher, Fátima Boudchar, lida no Parlamento pelo procurador-geral Jeremy Wright.

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    O casal agradeceu a decisão do governo britânico. “Quero expressar minha gratidão por essa decisão corajosa da primeira-ministra e do procurador-geral”, disse Belhaj em coletiva de imprensa em Istambul, onde mora atualmente.

    “Essas desculpas são aceitas e acabam com anos de sofrimento”, acrescentou o dissidente, que depois se tornou comandante militar da rebelião na Líbia.

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    Fátima Boudchar, que estava no Parlamento quando o procurador leu a carta, disse: “agradeço o pedido de desculpas do governo britânico, que convidou o meu filho e eu ao Reino Unido para ouvi-lo. Aceito o pedido de desculpas”.

    Belhaj, um ex-líder do opositor Grupo Islâmico Combatente, passou mais de seis anos anos na prisão de Abu Selim, do regime do ditador líbio Muamar Kadhafi. Ele foi sequestrado na Tailândia, junto com sua mulher, que na época estava grávida de quatro meses e meio, pelos serviços secretos britânicos e americanos.

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    “Injetaram alguma coisa em mim, me penduraram em uma parede pelos braços e pernas e me colocaram em um contêiner cercado por gelo”, relatou em 2011 ao jornal britânico The Guardian, descrevendo seu tempo na prisão.

    “Não me deixavam dormir, e havia barulho o tempo todo. Torturavam-me regularmente”, acrescentou. “Fiquei surpreso em saber que os britânicos estavam envolvidos nesse período muito doloroso da minha vida.”

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    Boudchar, por sua vez, foi amarrada a uma maca durante a viagem de 17 horas a Trípoli, na Líbia, e só foi libertada pouco depois de ter seu filho.

    Belhaj processou o governo britânico e os serviços de inteligência em 2011. Após a queda de Kadhafi, ele fundou o partido Al-Watan, que não conseguiu eleger deputados nas eleições legislativas de 2012 e 2014. Criou, também, uma rede de televisão islâmica em Istambul, na Turquia.

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    O governo britânico reconheceu em sua carta que o casal “foi submetido a um sofrimento devastador” e revelou que chegou a um acordo. A mulher receberá uma indenização de 500.000 libras (2,4 milhões de reais), enquanto Belhaj não pediu indenização, apenas um pedido de desculpas.

    “Nós deveríamos ter entendido antes as práticas inaceitáveis ​​de alguns dos nossos parceiros internacionais. Lamentamos sinceramente os nossos erros”, acrescentou em sua carta a primeira-ministra, referindo-se ao regime de Kadhafi, derrubado e executado em 2011.

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    (Com AFP)

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