Almejando conquistar espaço como centro de inovação e atrair cérebros, o Reino Unido está oferecendo visto de trabalho para graduados das melhores universitários do mundo. A nova medida, que entrou em vigor nesta segunda-feira, 30, é parte do novo sistema de imigração do país, projetado para atrair trabalhadores estrangeiros qualificados.
O ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, afirmou que a legislação iria permitir que o país crescesse como um “centro internacional de inovação, criatividade e empreendedorismo”.
“Queremos que os negócios de amanhã sejam construídos aqui hoje – e é por isso que peço aos candidatos que aproveitem esta incrível oportunidade de forjar suas carreiras aqui”, explicou.
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O esquema estará disponível para ex-alunos das melhores universidades fora do Reino Unido que se formaram nos últimos cinco anos. Para se tornar elegível, a universidade emissora do diploma deve aparecer em pelo menos dois de três rankings acadêmicos no ano em que o candidato se formou: o Times Higher Education World University Rankings, o Quacquarelli Symonds World University Rankings ou o Academic Ranking of World Universities.
A lista mais recente de universidades aptas inclui mais de vinte instituições dos Estados Unidos, além do Canadá, Japão, Alemanha, China, Cingapura, França e Suécia. Nenhuma universidade brasileira aparece na lista publicada pelo governo britânico.
Os inscritos no programa deverão passar por uma verificação de segurança e criminalidade e ter um certificado de proficiência em língua inglesa ao menos em nível intermediário, definido como “fluência para se comunicar sem esforço com falantes nativos”.
Os candidatos aprovados receberão um visto de trabalho com duração de dois anos, se forem bacharéis ou mestres, e de três anos, se tiverem doutorado. Eles poderão adquirir vistos de emprego de longo prazo se atenderem a certos requisitos.
O visto custará 715 libras (cerca de R$ 4,2 mil) mais a sobretaxa de saúde de imigração, que permite que os migrantes para o Reino Unido usem o sistema público de saúde. Os formados poderão trazer suas famílias.
Desde que deixou a União Europeia, saída que ficou conhecida como Brexit, o Reino Unido encerrou a prioridade dada aos cidadãos europeus e introduziu um sistema de imigração baseado em pontos que classifica os candidatos segundo suas qualificações e habilidades linguísticas em relação ao tipo de trabalho oferecido a eles.
Projetado para atrair os “melhores e mais brilhantes” trabalhadores do mundo, o programa surgiu com o objetivo de aplacar a crise no mercado de trabalho do Reino Unido. Postos de trabalho ficaram vazios durante a pandemia da Covid-19 e após as novas regras do sistema de imigração entrarem em vigor. Empresas de manufatura, logística e setor de alimentos pediram ao governo que afrouxe as regras também para empregos de nível básico.
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Enquanto por um lado o Reino Unido busca trabalhadores qualificados com esse visto, a política de imigração do Reino Unido tem sido criticada por outras medidas. No mês passado, o Reino Unido anunciou que quer enviar para Ruanda pessoas que pedem asilo no país, após cruzar o Canal da Mancha em pequenos barcos.