Paul Horner, visto como um dos maiores disseminadores de notícias falsas durante a última corrida presidencial nos Estados Unidos, foi encontrado morto em sua casa em Laveen, no estado do Arizona. O escritor de 38 anos, que ficou conhecido como o “rei das fake news”, teve o corpo descoberto pela polícia local no dia 18, mas a informação foi revelada apenas nesta semana pelo porta-voz do xerife do Condado de Maricopa, Mark Casey.
Casey disse que a autópsia realizada não mostra sinais de ação violenta contra Horner, e a polícia trabalha com a hipótese de “overdose acidental”, com base nas evidências encontradas no local e no histórico de excessos no uso de remédios do escritor. Os exames toxicológicos ainda não foram divulgados e o caso segue aberto até que a causa da morte seja determinada.
Horner ganhou fama ao criar histórias falsas e disseminar boatos que viralizaram no Facebook. Entre suas “fake news” (notícias falsas) mais conhecidas, estão alegações de que Barack Obama era gay e muçulmano e que manifestantes receberiam milhares de dólares para protestar contra Donald Trump durante eventos da corrida presidencial de 2016 – Eric, filho de Trump, e Corey Lewandowski, gerente da campanha de Trump, compartilharam a história nas redes sociais.
Jj Horner, irmão de Paul, manifestou-se sobre o ocorrido pelo Facebook, e descreveu o escritor como um “mago da internet, humanitário, ativista, ativista, filósofo, comediante”. Em entrevistas, o escritor alegava que o seu trabalho era uma “sátira política”, com “humor e comédia”. “Na verdade, eu tento educar as pessoas”, disse em conversa à rede CNN.
“Eu odeio o Trump”
Em novembro, em entrevista ao jornal Washington Post, Horner alegava seus méritos pela vitória de Donald Trump na corrida presidencial americana. “Acho que Trump chegou à Casa Branca por minha causa”, disse. “Meus sites eram divulgados a todo momento por eleitores do Trump. Os seguidores dele não checam as informações – eles postam e acreditam em qualquer coisa”. Na conversa, ao ser perguntado se as “fake news” eram direcionadas a Hillary Clinton com o objetivo de ajudar Trump, Horner respondeu: “Não, eu odeio o Trump”.