A reconstrução das casas bombardeadas na Faixa de Gaza durante a guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas pode levar 80 anos se seguir o ritmo de conflitos anteriores, de acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira, 2.
Cerca de 80 mil casas foram destruídas no território palestino desde o início da guerra, em outubro do ano passado, segundos dados palestinos. Os bombardeios israelenses causaram bilhões de dólares em danos e deixaram dezenas de milhares de mortos, feridos e deslocados.
“Cada dia de guerra tem custos enormes e crescentes para os habitantes de Gaza e para todos os palestinianos”, afirmou o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner.
Os destroços de construções residenciais etsão presentes em toda a Faixa de Gaza e um funcionário da ONU, ouvido pela agência de notícias Reuters, se referiu ao local como “paisagem lunar” de destruição.
No entanto, a possibilidade de uma reconstrução mais rápida também foi apresentada pelo relatório do PNUD. Em um cenário mais otimista, levando em consideração uma entrega de materiais de construção cinco vezes mais rápida do que a da última crise em 2021, a reparação dos danos poderia ser concluída até 2040.
Impactos socioeconômicos
Além dos danos materiais, o PNUD também divulgou projeções relacionadas aos impactos socioeconômicos da guerra. Segundo o relatório, grande parte da classe média palestina deve se encontrar abaixo dos níveis da pobreza caso a guerra dure nove meses.
Nesse cenário, a pobreza no território palestino deve chegar a 60,7% até julho, o que representa um aumento de 21,9% em relação ao ano passado.
“Níveis sem precedentes de perdas humanas, destruição de capital e o aumento acentuado da pobreza em um período tão curto de tempo precipitarão uma séria crise de desenvolvimento que coloca em risco o futuro das gerações vindouras”, concluiu Steiner.