Rebeldes houthis, do Iêmen, confirmaram nesta terça-feira, 31, a autoria de um ataque com drones contra Israel, dizendo que se travava de um ato de retaliação pela guerra em Gaza contra o grupo terrorista palestino Hamas. Os rebeldes são apoiados pelo Irã, como o Hamas, o libanês Hezbollah e outras milícias da região.
Segundo a agência de notícias AFP, Abdelaziz bin Habtour, primeiro-ministro nomeado pelos rebeldes – que controlam parte do território iemenita e estão em desacordo com o governo reconhecido pela comunidade internacional –, confirmou a informação.
Não há informações sobre feridos ou danos à infraestrutura israelense, de acordo com a AFP. A ação, porém, aumenta temores de uma expansão da guerra, que pode virar um conflito regional se as milícias de países vizinhos entrarem na guerra contra Israel ao lado do Hamas.
No último 19, um navio de guerra americano já havia interceptado mísseis que teriam sido disparados por rebeldes houthis. Na ocasião, a Casa Branca alertou que grupos milicianos não deveriam entrar na guerra de Israel contra o Hamas.
Além dos rebeldes iemenitas, também há risco de que o Hezbollah, grupo xiita paramilitar do Líbano que tem bombardeado a fronteira norte de Israel, entrem no conflito, bem como facções na Síria apoiadas pelo Irã.
Os houthis, majoritariamente muçulmanos xiitas do noroeste do Iêmen, vivem uma guerra civil com o regime autoritário local desde 2014.
O conflito começou quando insurgentes houthi assumiram o controle da capital e maior cidade do Iêmen, Sana’a, exigindo preços mais baixos dos combustíveis e um novo governo. Após negociações fracassadas, os rebeldes tomaram o palácio presidencial em janeiro de 2015, levando o presidente Abd Rabbu Mansour Hadi e o seu governo à renúncia.
Com início em março de 2015, uma coligação de estados do Golfo, liderada pela Arábia Saudita, lançou uma campanha de isolamento econômico e ataques aéreos contra os milicianos, com apoio logístico e de inteligência dos Estados Unidos. Os sauditas, de maioria sunita, desde então apoiam o governo reconhecido internacionalmente de Hadi, que reverteu sua renúncia.