Rebekah Brooks, conselheira delegada no Reino Unido da News International, empresa do magnata da mídia Rupert Murdoch, foi liberada pagando uma fiança na madrugada desta segunda-feira (noite de domingo em Brasília), após ser interrogada durante mais de 12 horas pela Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).
Brooks deverá comparecer perante a polícia londrina no final de outubro, diz um comunicado da Scotland Yard, que a interrogou sobre supostas intercepções ilegais de telefones e subornos a policiais quando dirigiu, entre 2002 e janeiro de 2003, o extinto tabloide News of the World, pertencente a News International.
Brooks renunciou na sexta-feira passada como conselheira delegada de News International, ramo britânico do império Murdoch que engloba os jornais The Sun e The Times, assim como 39% do canal de televisão “BSkyB”.
A jornalista, de 43 anos, renunciou no mesmo dia em que lhe foi comunicado que devia se apresentar na delegacia este domingo embora, segundo um porta-voz, sua detenção a tenha pegado “de surpresa”, pois se apresentou na delegacia com a intenção de colaborar com a polícia na investigação.
Escândalo – Esta é a décima detenção feita pela Polícia no caso. Entre os que já foram presos está Andy Coulson, sucessor de Brooks e diretor do News of the World entre 2003 e 2007. Coulson está em liberdade condicional até outubro. Em janeiro, o ex-diretor havia renunciado à chefia de imprensa do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Na quinta-feira, Neil Wallis, ex-diretor executivo do jornal, foi preso em sua casa em Londres. Na próxima terça-feira, Murdoch terá que se apresentar a um comitê dos Comuns para esclarecer o caso.
O escândalo de escutas ilegais do tablóide de Murdoch explodiu em 2006 e se agravou nas últimas semanas quando foi revelado que funcionários do jornal podem ter interceptado na última década os telefonemas de até 4.000 pessoas, não apenas políticos e famosos, mas também de uma menor assassinada e de familiares de vítimas de atentados terroristas e de soldados mortos no Iraque ou Afeganistão. Também teriam pagado a policias em troca de informações.
As novas revelação abalaram o país e levaram ao fechamento do que, com sua tiragem de 2,8 milhões de exemplares semanais, foi um dos jornais em inglês de maior tiragem em todo o mundo. O escândalo fez ainda com que o empresário retirasse sua oferta para comprar a totalidade das ações da do canal de TV pago BSkyB, do qual já possui 39%.
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(com Agência EFE)