Rara nevasca cobre o Deserto do Saara de branco
Região da Argélia, no norte da África, foi afetada por frente fria. Temperaturas geladas também chegaram à Arábia Saudita e Líbano

Uma frente fria de forte intensidade cobriu partes do Deserto do Saara, o maior do mundo, de neve nesta quinta-feira (20).
Na região de Ain Sefra, na Argélia, no norte do continente africano, as temperaturas cravaram -2°C.
Ain Sefra fica a 1.000 metros de altitude, aos pés da cadeia de montanhas de Atlas. Essa área é conhecida como “Porta de entrada do Saara”.
Embora as temperaturas variem muito no maior deserto, episódios com neve e geada são raros. As únicas outras incidências registradas de neve em Ain Sefra foram 1979, 2017, 2018 e em 2021.
O frio intenso chegou ainda ao Líbano e à Arábia Saudita, onde também ocorreu preciptação de neve nos últimos dias. No caso do Saudita, foi o primeiro registro de neve em 50 anos.
Climatologistas afirmam que é difícil determinar o papel das mudanças climáticas nessa repetição de eventos com neve no Saara.
A identificação de extremos climáticos na região do Saara também é dificultada pela falta de dados e estudos científicos, segundo informou em 2018 o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), principal autoridade mundial em ciência do clima.
De qualquer maneira, já se sabe que condições mais quentes e secas extremas vêm se repetindo com frequência anormal na África, apontando que o continente está sendo afetado pelo efeito estufa.
O deserto do Saara também está avançando em tamanho devido ao aumento da desertificação.
