Dois dias após o trágico atentado, a Polícia Metropolitana de Londres começa a descobrir informações do passado de Khalid Masood, 52 anos, responsável pela morte de quatro pessoas na quarta-feira. Inglês nascido sob o nome de Adrian Russell Elms, o autor do ataque tinha uma lista extensa de episódios policiais e um variedade de identidades diferentes em seu passado.
O terrorista nasceu no dia de Natal na região Kent, em 1964. Seu sobrenome foi trocado pouco tempo depois, quando sua mãe, Janet Elms, casou com Philip Ajao. Masood, à época Adrian, cresceu na companhia de dois meio-irmãos e frequentava a igreja com sua família, informou o jornal The Telegraph.
“Todos se davam bem com Adrian, era um sujeito adorável. Era um aluno brilhante, amava esportes e era do time de rugby”, disse ao jornal The Guardian Stuart Knight, que estudou com o agressor na escola secundária Huntleys, na cidade de Tunbridge Wells.
Pouco se sabe sobre como Adrian se tornou Khalid, um homem violento e conhecido da polícia, morto por agentes de segurança após atropelar pedestres e esfaquear um policial. A imprensa britânica revela que ele se converteu ao islamismo já adulto e usou outros nomes de origem muçulmana, como Khalid Choudri, antes de chegar à identidade atual.
Na vida adulta, o terrorista viveu no sul da Inglaterra, antes de, nos últimos anos, passar por diversos endereços em Londres e Birmingham, sua última moradia. Masood estava casado e era pais de três crianças.
De acordo com a Scotland Yard, sua primeira condenação aconteceu em 1983, por vandalismo, e a última é de 2003, por portar uma faca. A mais grave, porém, aconteceu em julho de 2000 quando, aos 35 anos, cortou o rosto do dono de uma cafeteria com uma faca, após uma discussão com “conotações raciais”, informou o Telegraph. Masood foi condenado a dois anos de prisão por agressão e, pouco após sair, foi acusado de agredir outro homem a facadas. Ele ficou mais seis meses na cadeia.
Terrorismo
Apesar de violento, o passado de Masood não incluía condenações por terrorismo. Ele chegou a ser investigado pelo MI5, o serviço secreto inglês, por “extremismo violento”, mas há anos não estava mais entre as preocupações da inteligência.
Em entrevista à emissora Sky News, o gerente do hotel em Brighton onde Masood dormiu antes de cometer o atentado o descreveu como “apenas outro hóspede”. “Ele foi muito amigável, rindo e brincando”, disse Sabeur Toumi. Segundo o funcionário, o terrorista falou sobre sua família e seus “filhos incríveis”.
Agora, a investigação da polícia e dos serviços de inteligência foca em identificar a motivação de Masood e como planejou o ataque da quarta-feira, quando esfaqueou um policial após atropelar pedestres na ponte de Westminster. “Apesar de não haver evidências de ameaças futuras, estamos determinados em saber se agiu totalmente sozinho, inspirado por propaganda terrorista, ou se outros lhe encorajaram e apoiaram”, disse Mike Rowley, chefe do núcleo antiterrorismo da polícia.