Quem é o bilionário por trás da Evergrande, que sacode a economia da China
Hui Ka Yan é 53ª pessoa mais rica do mundo e a 10ª pessoa mais rica da China

Com uma dívida de 400 bilhões de dólares, a Evergrande, segunda maior empreiteira da China, luta contra o debacle financeiro, um tombo que pode contaminar a economia do país e ter consequências mundiais.
Por trás da companhia está o bilionário Hui Ka Yan, um ricaço com tratamento celebridade em seu país.
Em 2018, um relatório da consultoria Brand Finance classificou a Evergrande como a empresa imobiliária mais valiosa do mundo, fazendo de Yan a 53ª pessoa mais rica do planeta e a 10ª pessoa mais rica da China.
Sua fortuna estimada era de 43 bilhões de dólares, aproximadamente 227 bilhões de reais, quantia que parece ter desaparecido ao longo dos últimos anos.
Nesta semana, seus feitos entraram na mira do mercado financeiro. A Evergrande corre risco de insolvência e é acusada de endividamento excessivo e má gestão.
Yan veio a público dizer que se mantém confiante de que sua companhia “sairá de seu momento mais sombrio”. Ele também enviou uma carta motivacional aos 125.000 funcionários da empresa.
A trajetória de ascensão financeira do empreiteiro lembra a de muitos chineses beneficiado pelo milagre econômico comunista.
Nascido no vilarejo rural de Jutaigang, na remota província de Henan, no oeste do país, Yan perdeu a mãe com menos de um ano de idade e foi criado pela avó.
Antes de criar a Evergrande, teve empregos difíceis, incluindo o de motorista de trator e o de carregador de sacos numa fábrica de cimento.
Sua vida só mudaria de fato a partir de 1997, quando fundou a Evergrande.
Com o crescimento da empresa, e consequentemente da sua própria fortuna, investiu numa fabricante de carros elétricos e comprou o Guangzhou Football Club, um dos times de futebol mais valiosos e bem-sucedidos da China.
Uma glória que, nesse momento, pode estar prestes a ruir.