O francês Karim Cheurfi, o atirador que matou um policial e feriu outros dois na noite da última quinta-feira, em Paris, era conhecido pelas tentativas de ataques a policiais: foi condenado quatro vezes, duas delas por tentativas de assassinato a agentes nacionais de segurança. Cheurfi, que foi morto por policiais após os disparos na Avenida Champs-Elysées, nasceu em Livry-Gargan, município da periferia parisiense, e tinha 39 anos.
Conhecido da polícia e da justiça, passou quatorze anos na prisão, período durante o qual “não apresentou sinais de radicalização islâmica”, segundo afirmou o procurador francês François Molins, em entrevista coletiva nesta sexta-feira. Contudo, o procurador afirmou que uma mensagem escrita à mão em defesa do grupo Estado Islâmico foi encontrada perto do corpo de Cheurfi – a nota pode ter caído do bolso do atirador.
Histórico de ataques a policiais
A última detenção de Cheurfi havia acontecido em 23 de fevereiro por declarar a um colega querer matar policiais em retaliação ao que estava acontecendo na Síria. O francês havia feito contato para comprar armas, uma câmera GoPro e máscaras. Por falta de provas, foi libertado. Desde março, era investigado pelo setor da polícia francesa de combate ao terrorismo.
A primeira condenação de Cheurfi foi em fevereiro de 2005, por tentativa de assassinato. Quatro anos antes, ele havia ferido gravemente um cadete da polícia e seu irmão. Dirigindo um carro roubado, Cheurfi fugia após bater em um veículo. Com um revólver, feriu os policiais que tentavam persegui-lo e, quando foi detido, tentou matar outro policial. Foi condenado a quinze anos de prisão.
Durante o tempo em que esteve preso foi condenado duas vezes, em 2008 e 2009, por violência. Libertado em 2013, voltou a ser condenado em 2014 por roubo. Conseguiu a liberdade condicional em 2015. Durante a detenção, em fevereiro deste ano, a polícia não encontrou traços de consultas a sites extremistas ou ligação de Cheurfi a grupos terroristas. Os investigadores estão vasculhando a casa de Cheurfi e interrogando pessoas próximas a ele para descobrir qual a relação do atirador com o EI.
No carro que Chuerfi usou para chegar à Avenida Champs-Elysées, os investigadores encontraram ainda outra arma, munições de calibre 12, facas de cozinha, uma tesoura de poda e um Alcorão.