Figura-chave na Guerra do Iraque e ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU durante a administração de George W. Bush, John Bolton foi nomeado assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump.
Conhecido por suas frases polêmicas e visões conservadoras e nacionalistas, afirmou em comunicado após ser escolhido para substituir o general Herbert Raymond McMaster que dará a Trump uma “vasta gama de opções” em política de segurança.
Bolton participou dos governos de Ronald Reagan, George Bush e George W. Bush. Antes da nomeação deste quinta-feira, se ocupava como comentarista de política da rede de televisão Fox News.
Como subsecretário de Estado do governo de George W. Bush foi grande defensor e articulador da invasão americana do Iraque. Em 2016, Bolton também defendeu a mudança forçada de regime no Iraque.
O novo assessor de Trump também já advogou a favor do uso de força militar contra a Coreia do Norte e o Irã, havendo sido rejeitado por Pyongyang como negociador.
Em um artigo que escreveu para o jornal Wall Street Journal em fevereiro afirmou que os Estados Unidos não deveriam esperar até o último minuto para usar a força contra o líder norte-coreano Kim Jong-un. “É perfeitamente legítimo que os Estados Unidos respondam atacando a Coreia do Norte primeiro”, escreveu.
Para muitos analistas, a sua indicação ao governo Trump marca, portanto, uma virada para a atual administração, que poderia tornar infrutíferas as tentativas de salvar o acordo nuclear com o Irã, além de aumentar a possibilidade de um confronto com a Coreia do Norte e ampliar as tensões com Moscou.
“Esta é uma notícia preocupante”, disse Kim Hack-yong, parlamentar conservador e diretor do comitê de defesa nacional do Parlamento da Coreia do Sul à agência Reuters sobre a nomeação de Bolton. “A Coreia do Norte e os Estados Unidos precisam dialogar, mas isso só faz com que se pergunte se as conversas acontecerão algum dia”.
Outra autoridade do governo de Seul lamentou a perda da camaradagem que McMaster desenvolveu com seu homólogo sul-coreano quando tratavam da questão nuclear norte-coreana juntos.
Sobre o Irã, Bolton e Trump têm visões parecidas. O novo assessor do presidente foi grande crítico de Barack Obama por concordar, em 2015, com o acordo nuclear iraniano. Acreditava que só uma ação militar resolveria a questão.