O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez nesta terça-feira, 7, uma visita surpresa à capital síria, Damasco, onde se reuniu com o presidente do país, Bashar Assad, em meio à escada de tensão no Oriente Médio desde a morte do general iraniano Qasem Soleimani.
O assassinato de Soleiman, comandante das forças de elite da Guarda Revolucionária do Irã, pelos americanos no último dia 2 coloca a Rússia, a Síria e o Iraque como adversários diretos dos interesses dos Estados Unidos na região. Moscou chamou a operação de assassinato contra o general iraniano de “perigosa” e “aventureira”, alertando para o aumento da tensão na região.
O encontro foi realizado na sede das operações militares russas no país. Putin e Assad acompanharam um desfile de tropas da Rússia que estão alocadas no território desde 2015. Além isso, o presidente russo aproveitou para desejar Feliz Ano Novo para os militares compatriotas.
O chefe de governo da Síria agradeceu os “sacrifícios feitos” pelas tropas russas que atuaram no combate ao Estado Islâmico e a outros grupos extremistas desde 2015. Os detalhes da conversa, a primeira em mais de dois anos, não foram revelados.
As relações entre Moscou e Damasco se fortaleceram durante os anos de conflito no país governado por Assad. A Rússia vê o regime sírio como um aliado no Oriente Médio e tenta exercer sua influência, ao mesmo tempo que oferece apoio contra as forças rebeldes que ainda tentam depor Assad. Putin também foi peça central no cessar-fogo entre curdos, sírios e turcos em novembro.
Após a retirada de tropas americanas da região, a Turquia iniciou uma operação militar no norte da Síria para estabelecer uma faixa territorial e reassentar refugiados. Durante semanas, os curdos que ali habitavam lutaram contra a força invasora. No dia 22 de outubro uma reunião entre Putin e Recep Erdogan, presidente da Turquia, resultou um cessar-fogo e o estabelecimento de patrulhas conjuntas entre russos e turcos na região da fronteira.
Putin não para em Damasco. Ainda está previso que visite Recep Erdogan, presidente da Turquia – outro país com poder de interferência em potencial conflito Irã-Estados Unidos. Ele participará da inauguração de um gasoduto que levará combustível da Rússia para o Mar Negro através do território turco.
(Com EFE)