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Putin e Xi formalizam nova aliança contra Ocidente nos Jogos de Pequim

Em documento contra 'interferência em assuntos internos', líderes declararam oposição a qualquer expansão da Otan e afirmaram que Taiwan é parte da China

Por Da Redação 4 fev 2022, 10h17
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  • O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, formalizaram nesta sexta-feira, 4, uma aliança global com viés anti-Ocidente, poucas horas antes da cerimônia abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

    Em um documento contra o que chamaram de “interferência em assuntos internos” de outros Estados, os líderes declararam oposição a qualquer expansão da Otan, principal aliança militar ocidental, e afirmaram que a ilha de Taiwan é parte da China.

    O dia escolhido para anunciar a aliança entre os países também serviu como um lembrete e que os Jogos estão acontecendo em meio a uma rivalidade geopolítica não vista desde a década de 1980, quando os Estados Unidos boicotaram a Olimpíada de Moscou e os soviéticos fizeram o mesmo em Los Angeles, quatro anos depois. No caso dos Jogos deste ano, EUA, Reino Unido, Canadá e outros anunciaram um boicote diplomático em dezembro.

    Em referência às crises enfrentadas, Xi foi enfático ao dizer que China e Rússia se comprometeram a “aprofundar sem descanso a coordenação estratégica” e a “defender a igualdade e a justiça internacional”.

    No caso específico da Ucrânia, o texto diz que “as partes se opõem a expansão adicional da Otan e pede para que a aliança abandone a abordagem ideologizada da Guerra Fria”. As avaliações mais recentes da inteligência dos EUA colocam mais de 50 grupos táticos russos enviados dentro e nos arredores da fronteira com a Ucrânia, enquanto a avaliação mais recente do Ministério da Defesa ucraniano diz que a Rússia já enviou mais de 127.000 soldados à região.

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    Para a China, as falas são movidas por conflitos recentes como os EUA, incluindo uma guerra comercial e tarifária e as frequentes disputas sobre a autonomia de Hong Kong e as ameaças de tomar Taiwan, que Pequim reivindica como parte de seu território.

    Em comunicado conjunto, os dois governos citam a entrada das relações internacionais “em uma nova era”, em que são expostas “posições comuns” sobre democracia, ordem, desenvolvimento e segurança.

    “Algumas forças representando uma minoria no cenário mundial continuam defendendo abordagens unilaterais para resolução de problemas internacionais e recorrendo a políticas militares”, diz o documento, em uma referência velada aos Estados Unidos e seus aliados.

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    Segundo Xi, China e Rússia intensificarão “sem descanso” a coordenação estratégica e enfrentarão juntas as “ingerências externas e as ameaças à segurança regional”.

    “Isso é algo que não mudou e não mudará. Respeitamos a soberania do outro, assim como seus interesses de segurança e desenvolvimento. Encararemos as ingerências exteriores e as ameaças à segurança nacional”, afirmou o presidente chinês.

    “Participamos ativamente na reforma e na construção do sistema de governança global, praticado o multilateralismo, salvaguardado o verdadeiro espírito da democracia. Exercemos um papel essencial na hora de unir a comunidade internacional para superar as dificuldades e preservar a justiça e a igualdade internacional”, afirmou Xi.

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    Putin, por sua vez, destacou que, desde a chegada de ambos ao poder em China e Rússia, os respectivos governos se apoiam mutuamente em “todo tipo de questão”, incluindo política externa e desenvolvimento econômico. Além disso, destacou que os laços entre os países são “um modelo do que devem ser as relações internacionais no século XXI”.

    Segundo o presidente russo, o objetivo do aprofundamento das relações entre as nações visa “preservar os interesses em comum”, mas também “a segurança de todo o mundo”.

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