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Putin diz estar disposto a se reunir com Trump apesar de tensões

Kremlin confirmou a disposição do presidente russo para reunião, embora não saiba se Washington irá cumprir com o encontro após expulsão de diplomatas

Por Da redação
28 mar 2018, 11h44

O Kremlin confirmou, nesta quarta-feira, a disposição do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar das graves tensões causadas pelo envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha no Reino Unido, caso no qual Moscou está sendo responsabilizado por Londres.

“Putin está disposto, e a parte russa está disposta a desenvolver relações mutuamente benéficas e de confiança com todos os países, incluindo os Estados Unidos”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, ao responder uma pergunta sobre a disposição do chefe do Estado de se reunir com Trump.

Ao mesmo tempo, Peskov disse que, após a expulsão de 60 diplomatas russos em represália pelo caso Skripal, Moscou não tem “nenhuma informação sobre se a parte americana vai cumprir com as palavras do presidente Trump (sobre seu propósito de se encontrar com Putin)”. “Tudo depende de nossos colegas americanos. A parte russa está aberta a isso”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin reiterou que a Rússia responderá à expulsão de mais de cem diplomatas de 20 países, que se solidarizaram com o Reino Unido no caso Skripal.

A resposta de Moscou, acrescentou Peskov, ocorrerá no “momento oportuno” e “tudo será feito de tal modo que responda aos interesses da Federação Russa”.

“Essa decisão coletiva (expulsão dos diplomatas) foi uma manifestação de solidariedade, neste caso, de solidariedade parcial com Londres em um tema que, desde nosso ponto de vista e segundo o nosso convencimento, não tem nenhum fundamento e nem prova”, disse o porta-voz.

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A sugestão para um encontro ocorreu na semana passada, quando Trump ligou para parabenizar Putin pela reeleição. “Também temos que falar sobre Ucrânia, Síria e Coreia do Norte, então acho que provavelmente verei o presidente Putin num futuro não muito distante”, afirmou, mas não deu maiores detalhes sobre esse encontro.

As relações da Rússia com diversos países pioraram desde a semana passada. Vinte e quatro países já anunciaram a expulsão de mais de 140 diplomatas russos em represália ao envenenamento do ex-espião Serguei Skripal e sua filha no Reino Unido. Este país acusa a Rússia de ter utilizado uma substância química para matar o espião, algo que o Kremlin nega. Os Estados Unidos anunciaram a maior expulsão, um total de 60 diplomatas. As expulsões anunciadas por cada país até o momento:

Europa

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– Dezessete países da União Europeia (em azul no mapa acima) expulsaram 57 diplomatas russos: o Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos; Alemanha, França e Polônia expulsaram quatro diplomatas cada; Lituânia e República Tcheca expulsaram três cada; dois diplomatas russos foram expulsos na Dinamarca, na Espanha, na Holanda, na Itália e na Romênia; e, por fim, Croácia, Estônia, Finlândia, Hungria, Letônia e Suécia expulsaram um russo cada.

– Outros quatro países europeus expulsaram mais 17 diplomatas russos: Ucrânia (13 expulsos), Albânia (2), Macedônia (1) e Noruega (1), Montenegro (1)

Diversos países da União Europeia informaram que ainda pretendem expulsar outros diplomatas enviados por Moscou, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, falou que “não foram excluídas medidas adicionais” no âmbito da União nos próximos dias.

América do Norte

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– O Canadá anunciou a expulsão de quatro diplomatas russos. 

– Os Estados Unidos irão expulsar 60 diplomatas da Rússia: como retaliação ao ataque contra Skripal, os americanos estão expulsando 48 diplomatas da Embaixada russa em Washington e 12 diplomatas da Missão da Rússia junto às Nações Unidas (ONU) em Nova York. Além disso, os americanos anunciaram o fechamento do Consulado-Geral da Rússia em Seattle, no noroeste do país, devido a sua proximidade à base da Boeing (que, além de aviões, produz equipamento militar) e de uma base de submarinos. Washington acusa os oficiais expulsos de terem realizado tarefas de inteligência sob o manto da imunidade diplomática.

Oceania

A Austrália anunciou a expulsão de dois diplomatas russos.

Otan

– A Otan anunciou a expulsão de sete diplomatas e negou credencial a outros três.

(Com EFE)

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