Putin demonstra força da Rússia fazendo voo em bombardeiro nuclear
O Tu-160M é uma versão modernizada do modelo criado pela União Soviética durante a Guerra Fria
O presidente russo, Vladimir Putin, realizou um voo em um bombardeiro estratégico Tu-160M, com capacidade nuclear, nesta quinta-feira, 22. A TV estatal registrou a descida de Putin da aeronave e sua fala aos repórteres, em que garantiu que o avião é confiável, modernizado e que pode ser aceito pela Força Aérea Russa. Esse episódio deve ser entendido no Ocidente como um lembrete da força nuclear de Moscou.
A gigante aeronave, de codinome “Blackjacks”, comporta uma tripulação de quatro pessoas e é capaz de transportar 12 mísseis cruzeiro ou nucleares de curto alcance, além de poder voar 12.000 km sem parar para reabastecer. É uma versão modernizada de um bombardeiro que a antiga União Soviética teria implantado para entregar armas a longas distâncias no caso de guerra nuclear.
Putin tem grandes chances de ganhar seu quinto mandato nas eleições russas do próximo mês, mas segue tendo relações diplomáticas conturbadas com o Ocidente. Além da guerra na Ucrânia, a recente morte do seu principal opositor, Alexei Navalny, na prisão exacerbou as tensões.
Apesar dos repetidos alertas sobre o risco de um conflito nuclear com o Ocidente desde que milhares de soldados invadiram a Ucrânia em 2022, o líder russo e comandante-em-chefe das forças armadas do país afirmou em outubro que o estado russo não estava sob ameaça, pois “nenhuma pessoa de mente sã e memória clara pensaria em usar armas nucleares contra a Rússia”.
Tu-160M
A aeronave Tu-160 passou por melhorias significativas e, de acordo com sua fabricante Tupolev, a versão modernizada foi 60% mais eficaz do que a mais antiga. “É uma máquina nova, muito sobre ela é novo. É mais fácil de controlar. É confiável”, afirmou o presidente russo. Putin já voou em uma versão antiga do bombardeiro em 2005, durante um exercício de treinamento.
Pelo menos 10 aeronaves Tu-160M modernizadas devem ser entregues à Força Aérea Russa até 2027 por um custo de 15 bilhões de rublos (US$ 163 milhões) cada, de acordo com um contrato assinado em 2018.