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Putin alerta Coreia do Sul que enviar armas à Ucrânia seria ‘grande erro’

Declaração ocorre após Seul que afirmar que explora "várias opções" de apoio a Kiev, em razão da assinatura de novo acordo entre Rússia e Coreia do Norte

Por Da Redação
Atualizado em 21 jun 2024, 17h33 - Publicado em 21 jun 2024, 14h07

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu a Coreia do Sul nesta sexta-feira, 21, de que seria “um grande erro” enviar armas à Ucrânia. O alerta ocorre após o gabinete presidencial sul-coreano afirmar que explora “várias opções” de apoio a Kiev, em razão da recente assinatura de um acordo abrangente entre Rússia e Coreia do Norte, que inclui uma cláusula de defesa mútua. Segundo Seul, o pacto coloca em risco a sua segurança nacional.

Putin afirmou que tomará “decisões que provavelmente não agradarão a atual liderança da Coreia do Sul” se o fornecimento de armas for confirmado e aumentou as ameaças sobre potenciais respostas russas à decisão.

“Aqueles que fornecem estas armas acreditam que não estão em guerra conosco. Eu disse, inclusive em Pyongyang, que então nos reservamos o direito de fornecer armas a outras regiões do mundo”, pontuou ele.

A proximidade entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e Putin não é recente. A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, e as consequentes sanções ocidentais, no entanto, trataram de impulsionar as parcerias comerciais e militares entre os países. Em coletiva de imprensa, realizada na última quarta-feira após assinatura do acordo, Kim definiu o chefe do Kremlin como “o amigo mais querido do povo coreano” e disse que está “ao lado dos camaradas russos — os nossos mais honestos amigos e camaradas”.

+ Kim Jong-un presenteia Putin com dois cachorros de caça norte-coreanos

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O que prevê o acordo?

O site do Kremlin indica que o tratado inclui “cooperação na área da saúde, educação médica e ciência”, além de um pacto de defesa mútua caso um dos países seja atacado por terceiros. Putin disse que os norte-coreanos têm o direito de se defender e que “a Federação Russa não exclui a cooperação técnico-militar com a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país)“.

“O acordo de parceria abrangente assinado hoje prevê, entre outras coisas, assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes desse acordo”, acrescentou Putin, em sua primeira visita à Coreia do Norte em 24 anos.

+ Putin e Kim assinam pacto de defesa mútua após críticas ao Ocidente

Resposta da Coreia do Sul

As duas Coreias estão tecnicamente em guerra e vigiam atentamente as suas fronteiras. A notícia do acordo, como consequência, não foi bem recebida pelo governo da Coreia do Sul, que receia o envolvimento russo em um possível conflito entre as nações vizinhas. O gabinete do presidente Yoon Suk-yeol aumentou o tom e destacou que o envio de armas à Ucrânia “dependerá de como a Rússia abordar esta questão (das preocupações sul-coreanas com o tratado)“, acrescentando um apelo para que Moscou “cesse imediatamente” a cooperação militar com Pyongyang.

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Por sua vez, o conselheiro de Segurança Nacional do país, Chang Ho-jin, foi além das ameaças e adiantou que o país já planeja “reconsiderar a questão do apoio armamentista à Ucrânia”. A mudança marcaria uma nova postura de Seul, que até o momento só enviou ajuda humanitária e militar, sem incluir armas letais no pacote, a Kiev. O posicionamento parte do princípio de que a Coreia do Sul não arma nações em guerra, conforme a sua política interna.

+ Putin visita Coreia do Norte para aprofundar laços militares e comerciais

Preocupação dos EUA e Japão

Em meio à troca de farpas, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, argumentou nesta sexta-feira que o pacto Moscou-Pyongyang deve “ser motivo de preocupação para qualquer país que se preocupe em manter a paz e a estabilidade” na região. Ele, no entanto, disse que a aliança “não é nenhuma surpresa”, já que a Casa Branca vem alertando sobre “a relação de defesa crescente” dos dois.

Vizinho das Coreias, o Japão também demonstrou receio sobre o acordo e disse estar “seriamente preocupado que o presidente Putin não tenha descartado a cooperação tecnológica e militar com a Coreia do Norte”, disse o porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, tendo definido a nova parceria como “inaceitável”.

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