Bruxelas foi tomada por um protesto de cerca de 70.000 trabalhadores nesta segunda-feira, 20, que exigem ação do governo para combater a alta no custo de vida. Greves no aeroporto de Bruxelas e nas redes de transporte locais em todo o país paralisaram quase todos os deslocamentos.
Os manifestantes carregavam bandeiras e faixas com os dizeres “Mais respeito, salários mais altos”, ou “Fim do imposto especial de consumo”, e dispararam sinalizadores. Alguns exigiam que o governo oferecesse soluções, outros disseram que os empregadores precisavam melhorar os salários e as condições de trabalho.
Os sindicatos disseram que cerca de 80.000 estavam presentes. A polícia afirmou que eram 70.000, o que equivale a quase 30% da população de toda a cidade de Bruxelas, de 2 milhões de habitantes.
O Aeroporto de Bruxelas suspendeu os voos porque a equipe de segurança aderiu à paralisação. O transporte público foi reduzido a apenas algumas linhas de trem, em parte para permitir que os manifestantes viajassem até a capital da Bélgica.
A inflação belga chegou a 9% em junho, refletindo aumentos acentuados de preços em outros países, devido principalmente ao impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia nas cadeias de suprimentos e nos preços de energia e commodities.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que os trabalhadores belgas estão mais protegidos do que os da maioria dos outros países da União Europeia porque os salários estão atrelados à inflação. Em fala à emissora pública RTBF, ele afirmou que o governo estendeu os incentivos fiscais sobre gás, eletricidade e combustível até o final do ano.
Mais interrupções nas viagens são esperadas no final desta semana, com pilotos e tripulantes da Brussels Airlines planejando uma greve de 23 a 25 de junho por causa das condições de trabalho. Funcionários da Ryanair na Bélgica também vão participar de três dias de greve a partir desta sexta-feira, 24.