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Procuradora de NY diz que há evidências de fraude em negócios de Trump

Empresa do ex-presidente teria fraudado avaliações de ativos financeiros e imóveis para benefícios econômicos, incluindo deduções fiscais e empréstimos

Por Da Redação 19 jan 2022, 14h22
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  • Em documento entregue à Justiça na noite de terça-feira, 18, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que seu escritório encontrou “evidências significativas” de fraude em uma investigação civil contra o ex-presidente Donald Trump e uma de suas empresas, a Trump Organization.

    Segundo James, a empresa familiar teria usado avaliações de ativos “fraudulentas ou enganosas” para benefícios econômicos, incluindo deduções fiscais e empréstimos.

    A investigação da procuradora sobre o assunto está em andamento desde março 2019, mas nenhuma acusação foi formalizada até o momento. A inquirição teve início após Michel Cohen, ex-advogado de Trump, testemunhar ao Congresso que as declarações financeiras anuais do ex-presidente inflacionaram os valores de ativos para obter termos favoráveis para empréstimos e seguros.

    “Até o momento em nossa investigação, encontramos evidências significativas que sugerem que Donald J. Trump e a Trump Organization avaliaram falsamente e fraudulentamente múltiplos ativos e deturparam estes valores a instituições financeiras para benefício econômico”, diz o documento.

    No documento, a procuradora menciona o que chamou de declarações enganosas sobre o valor de seis propriedades do ex-presidente, incluindo clubes de golfe na Escócia e em Westchester, em Nova York. No texto, James também dá detalhes sobre como a empresa supostamente inflacionou avaliações. No caso do clube de golfe nova-iorquino, por exemplo, 150 mil dólares em taxas nunca foram arrecadadas.

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    O documento foi entregue em resposta a um recurso judicial de Trump para impedir que a procuradora interrogue ele e dois de seus filhos, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump, sob juramento, como parte da investigação na esfera civil sobre a empresa.

    “A família Trump deve cumprir com nossas intimações legais por documentos e testemunhos porque ninguém neste país pode escolher se a lei se aplica a ela”, diz.

    A moção para que os integrantes da família testemunhem, apresentada também na terça-feira, diz que cada um deles esteve diretamente envolvido em uma ou mais transações sob análise.

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    Os esforços da Procuradoria-Geral do Estado de Nova York para obter o testemunho de Trump já haviam sido relatados em dezembro. Trump instaurou um processo legal contra James em 20 de dezembro, buscando encerrar a investigação depois que ela pediu que ele se sentasse para um depoimento em 7 de janeiro.

    Investigação distinta

    Uma investigação criminal distinta, comandada pela Promotoria de Manhattan, já resultou em acusações criminais contra a Trump Organization e seu diretor financeiro, Allan Weisselberg, por supostos crimes fiscais.

    A Promotoria também vem investigando os pagamentos secretos de dinheiro que a campanha eleitoral de Trump fez à atriz pornô Stormy Daniels para impedi-la de tornar pública uma suposta relação sexual com o então candidato à presidência, uma vez que poderiam violar as leis do estado de Nova York.

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    Trump renunciou à gestão diária da empresa enquanto estava na Casa Branca, mas não está claro qual papel ele desempenha agora na organização, que ele continua possuindo através de um fundo administrado por seus filhos mais velhos e Weisselberg.

    O ex-presidente sempre negou qualquer irregularidade e denunciou repetidamente que as investigações são o resultado de uma perseguição política por parte dos promotores democratas.

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