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Procurado nos EUA, membro das Farc toma posse no Congresso colombiano

O grupo armado foi transformado em um partido político no país, apesar do repúdio declarado do governo de Bogotá

Por AFP 12 jun 2019, 01h40

Jesús Santrich, procurado nos Estados Unidos por acusações de narcotráfico, tomou posse no Congresso da Colômbia nesta terça-feira 11, em cumprimento ao contemplado nos acordos de paz com a Farc, grupo armado transformado em partido político, apesar do repúdio declarado do governo de Bogotá.

Santrich, de 52 anos e vítima de uma severa deficiência visual, assumiu o posto na Câmara baixa em um discreto ato realizado na sede do Legislativo, na capital colombiana.

Este é um “novo passo na luta e na defesa da paz para a Colômbia”, declarou à imprensa o recém-empossado legislador ao deixar o Parlamento, no centro de Bogotá.

O ex-negociador de paz, que sempre defendeu sua inocência diante das suspeitas de narcotráfico, tinha um assento reservado como parte do acordo que levou ao desarmamento daquela que foi a maior guerrilha das Américas, agora transformada em partido de esquerda.

No entanto, não pôde tomar posse devido à sua captura, em abril de 2018, para fins de extradição por crimes supostamente cometidos depois que a paz foi assinada, em novembro de 2016.

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Na semana passada, a Corte Suprema determinou sua soltura e reconheceu a imunidade parlamentar do ex-guerrilheiro.

O caso gerou uma comoção política e judicial na Colômbia, profundamente dividida pelo pacto que pôs fim a meio século de enfrentamento com os rebeldes marxistas.

A posse de Seuxis Paucias Hernández – nome de registro de Santrich – serve “para fortalecer a defesa da paz e do acordado”, expressou em um tuíte Rodrigo Londoño, presidente da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido egresso dos acordos que terminaram com um conflito sangrento de mais de meio século.

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A chegada de Santrich ao Congresso revoltou o presidente Iván Duque, que insiste em culpar o líder da organização armada dissolvida apesar de que ainda não foi submetido a julgamento.

“Ver um mafioso (…) chegar e debochar da sociedade colombiana me parece que não só é inadmissível, mas que deve motivar todos (…) a exigir que se faça justiça”, disse o presidente conservador nesta terça-feira.

Eleito com a promessa de rever os compromissos de paz, Duque pediu à Procuradoria, que se encarrega de fiscalizar os funcionários públicos na Colômbia, a suspender Santrich de seu novo cargo.

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Ao mesmo tempo, pediu à Corte Suprema que o capture e puna de forma exemplar por sua suposta reincidência depois do acordo de paz.

A Justiça de paz que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc ordenou, em meados de maio, a libertação de Santrich.

No entanto, em 17 de maio, foi recapturado ao deixar a prisão por ordem de um juiz sob novas acusações relacionadas com a sua suposta intenção de enviar cocaína aos Estados Unidos.

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Santrich afirma que as acusações fazem parte de um complô de Washington e da Promotoria colombiana.

Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de 7.000 combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam para a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

No entanto, torna sem efeito a blindagem contra a extradição para quem tiver reincidido após a entrada em vigor dos compromissos de paz.

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