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Procura-se: Latifa, princesa capturada depois de fuga cinematográfica

Filha do emir de Dubai, ela planejou sua fuga dos Emirados por sete anos, foi ajudada por um ex-espião e uma capoeirista, mas acabou pega

Por Da Redação
Atualizado em 4 dez 2018, 19h47 - Publicado em 4 dez 2018, 16h07
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  • Filha do emir de Dubai, Latifa bin Mohammed bin Rashid al-Maktoum está desaparecida desde 4 de março passado, quando foi capturada supostamente por agentes do governo de seu pai. A princesa de 32 anos havia planejado cuidadosamente sua segunda fuga do país que, conforme pretendia, seria a definitiva.

    Nunca mais vista, Latifa é filha do xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, atual primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, além de emir de Dubai. Em documentário produzido pela emissora britânica BBC, amigos da princesa afirmaram que a jovem planejava escapar há sete anos e que arrecadara o equivalente a 1,5 milhão de reais para executar seu plano.

    Aos amigos, a princesa dissera que se sentia maltratada e oprimida por seu pai e que desejava deixar o país, onde as mulheres ainda são tratadas como seres inferiores.

    Antes da fuga, Latifa gravou um vídeo para o YouTube em que contava suas intenções. Na gravação, afirma que sua tentativa de escapar era a sua forma de “reivindicar minha própria vida, minha liberdade”.

    “Em breve, vou embora e não tenho certeza do resultado [da fuga], mas tenho 99% de certeza que vai dar certo”, disse ela. “E, se isso não acontecer, este vídeo pode me ajudar, porque tudo com o que meu pai se preocupa é com sua reputação”.

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    A princesa também conta que já havia tentado fugir em outras ocasiões, sempre sem sucesso. Aos 16 anos, quando tentou escapar pela primeira vez, foi capturada na fronteira dos Emirados. Acabou presa por três anos, torturada e violentada.

    O plano

    Latifa começou a planejar sua rota de fuga em 2011, quando entrou em contato pela primeira vez com o ex-espião francês Hervé Jaubert. Autor de Fuga de Dubai, Jaubert conta no livro como conseguiu escapar das autoridades dos Emirados, disfarçado com uma burca, em um barco em 2008.

    Juntos, a princesa e Jaubert elaboraram o plano que a tiraria do país. Em um dos e-mails trocados,  ela escreveu que foi “maltratada e oprimida em toda sua vida”.

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    “As mulheres são tratadas como sub-humanas. Meu pai não pode continuar a fazer o que vem fazendo com todas nós”, escreveu na mensagem a Jaubert, que a compartilhou com a BBC.

    Ao lado de sua amiga e professora de capoeira, a finlandesa Tiina Jauhianien, Latifa fugiu de carro até a fronteira dos Emirados com Omã. Ali, as duas pegaram botes e jet-skis até embarcarem no iate de Jaubert, que já as aguardava em águas internacionais.

    Segundo os amigos da princesa, o plano de fuga foi interrompido depois de uma semana de viagem pelo Oceano Índico, quando o barco foi descoberto por oficiais da Guarda Costeira indiana próximo da região de Goa.

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    A filha do xeque foi arrastada para fora do iate por oficiais dos Emirados e, desde então, ninguém mais ouviu falar dela. Sua conta no Instagram está fechada desde então.

    Segundo Jauhianien, Latifa entrou em contato com alguns membros de sua família, além de um grupo de ativistas que ajuda prisioneiros políticos dos Emirados, o Detained in Dubai, durante a semana que passou no barco. Ela também tentou divulgar sua história na imprensa, mas na época o caso não foi noticiado.

    “Latifa disse que preferia ser morta no barco a voltar para Dubai”, afirmou Jaubert à BBC. “Eu não sei onde ela está. Estou muito preocupado”, completou.

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    Em seu vídeo no YouTube, a princesa lembrou que não é a primeira filha do xeque Mohammed a tentar escapar dos Emirados. Em 2000, sua irmã mais velha, Shamsa, escapou por mais de um mês durante uma viagem ao Reino Unido.

    Shamsa foi encontrada em Cambridge e desde então, segundo Latifa, foi mantida em uma espécie de prisão médica, sendo monitorada por enfermeiras o tempo todo. A princesa afirmou no vídeo que vira no destino de sua irmã um aviso de que não poderia mais continuar no seu país.

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