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Prisões da Coreia do Norte são ‘tão ruins’ quanto campos nazistas, diz juiz

Sobrevivente do Holocausto ouviu depoimentos de ex-prisioneiros e guardas norte-coreanos por 35 anos

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h15 - Publicado em 13 dez 2017, 00h22
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  • As prisões da Coreia do Norte são “tão terríveis ou até piores” do que os campos de concentração nazistas, afirmou um juiz de direitos humanos que sobreviveu a Auschwitz.

    Thomas Buergenthal, que passou por dois campos de concentração nazistas e um gueto polonês durante o Holocausto, chegou a essa controversa conclusão depois de ouvir depoimentos sobre as prisões norte-coreanas por mais de 35 anos.

    Ele é um dos três juízes encarregados de colher testemunhos de sobrevivente e ex-guardas de prisioneiros políticos do regime de Kim Jong-un para uma investigação sobre violação de direitos humanos conduzida pela Associação Internacional de Advogados.

    “Eu acredito que as condições nos campos de prisão norte-coreanos são tão terríveis, ou ainda piores, do que as que vi e experimentei na minha juventude nesses campos nazistas e na minha longa carreira profissional no campo dos direitos humanos”, afirmou Buergenthal, de 83 anos, ao jornal Washington Post.

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    Nascido em Ľubochňa, na Eslováquia, o juiz esteve nos campos de concentração de Auschwitz e Sachsenhausen quando criança, além de no gueto de Kielce, na Polônia. Buergenthal serviu no Tribunal Penal Internacional entre 2000 e 2010.

    Nos últimos 35 anos, trabalhou no relatório sobre direitos humanos na Coreia do Norte. Junto a outros dois colegas, concluiu que Kim Jong-un e seu regime devem ser acusados de 10 dos 11 crimes de guerra reconhecidos internacionalmente, incluindo assassinato, escravidão, tortura e violência sexual.

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    Thomas Buergenthal
    Thomas Buergenthal (Ullstein Bild/Getty Images)

    O relatório cita casos de prisioneiros que foram executados após serem pegos comendo sem permissão e inúmeros relatos de morte por desnutrição ou excesso de trabalho, às vezes resultado de 20 horas seguidas de escavação em minas. Os juízes também ouviram sobre estupros e abortos forçados, muitos dos quais levaram à morte das mulheres.

    Um sobrevivente dos campos prisões, um médico que foi pego tentando fugir para a China, disse que foi despido e pendurado de cabeça para baixo. Os soldados então o agrediram, torturaram e colocaram água com pimenta em seu nariz e boca.

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    Segundo o comissário de direitos humanos das Nações UnidasZeid Ra’ad al Hussein, existem atualmente cinco campos prisões na Coreia do Norte. Ele também confirma casos de tortura, desnutrição e trabalho forçado.

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